2015-10-07 09:51:00

Egipto. Patriarca Tawadros: não aos cristãos nas listas salafitas


Os cristãos que se candidatam nas listas eleitorais dos islamitas salafitas "faltam de credibilidade", porque "ninguém pode viver seguindo dois pensamentos opostos". É este o julgamento peremptório que o Patriarca Ortodoxo Coptaexprimiu em relação à escolha dos cristãos que aceitaram de candidatar-se para as próximas eleições políticas nas listas do partido salafita al-Nour. O claro distanciamento foi expresso por Tawadros durante uma sua intervenção televisiva, e exprime  um pensamento partilhado por bispos e líderes de outras Igrejas e comunidades cristãs no Egipto.

Cristãos que se candidatam nas listas salafitas fazem-no por interesse pessoal
"Muitos membros salafitas" – informa à agência Fides Anba Antonios Aziz Mina, bispo copta católico de Guizeh - "falam dos cristãos como infiéis ou politeístas, e dizem que não se deve sequer fazer-lhes melhores votos, por ocasião das suas solenidades festivas, como o Natal e a Páscoa. Portanto, é evidente que a opção de alguns cristãos se candidatarem nas listas salafitas responde a critérios de interesse pessoal: candidatam-se com eles porque é a única via que encontraram para participar nas eleições. Portanto, neles prevalece o carreirismo político. Por outro lado, precisamente a sua escolha permitiu que o partido salafista cumprir as condições que tinham sido postas para a formação das listas e, portanto, de participar nas eleições”.

A lei eleitoral obriga os salafitas de candidatar os cristãos
A presença de cristãos coptas nas listas do Partido do Salafita al-Nour é um "acto necessário" ao qual os líderes desta formação de matriz islâmica são obrigados pela lei eleitoral, e entra nos pré-requisitos constitucionais a que os partidos políticos devem respeitar para serem admitidas nas próximas eleições parlamentares. As regras em vigor prevêem que, na próxima Assembleia Parlamentar, para os cristãos serão reservados pelo menos 24 lugares, enquanto que 56 lugares irão para as mulheres. Entre os grupos sociais para quem a Constituição reserva quotas de assentos parlamentares estão também  os jovens, os deficientes, os operários e os camponeses. (BS)








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