2015-09-21 09:05:00

A Semana do Papa de 14 a 20 de setembro


Dia 14

Segunda-feira, 14 de setembro: na Missa em Santa Marta o Papa Francisco celebrou a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Presentes também os purpurados que integram o Conselho de Cardeais. O Santo Padre reafirmou que o caminho do cristão é baixar-se para servir.

“Quando vemos Jesus na Cruz, e existem belas pinturas, mas a realidade é uma outra: estava todo rasgado, ensanguentado pelos nossos pecados. Este é o caminho que Ele tomou para vencer a serpente no seu campo. Olhar a Cruz de Jesus, mas não aquelas cruzes artísticas bem pintadas; olhar a realidade, o que era a cruz naquele tempo. E olhar o seu percurso e a Deus, que se aniquilou a si próprio, baixou-se para nos salvar. Também este é o caminho do cristão.”

Dia 16

Quarta-feira, 16 de setembro: algumas nuvens no céu, mas muito entusiasmo na Praça de S. Pedro acolheram o Papa Francisco para a audiência geral. A última com catequese dedicada à família. O ciclo de reflexões sobre o tema da família, iniciado em finais de 2014, teve agora a sua conclusão nas vésperas de dois importantes e significativos eventos: o VIII Encontro Mundial das Famílias e o Sínodo dos Bispos sobre a Família do próximo mês de outubro – recordou o Santo Padre.

O Papa Francisco começou por falar na sociedade atual como sendo administrada pela tecnocracia económica. Por isso – explicou o Santo Padre – é necessária uma nova aliança do homem e da mulher para emancipar os povos da “colonização do dinheiro”. Esta aliança – segundo o Papa Francisco – deve voltar a orientar a política, a economia e a convivência civil:

“Desta aliança, a comunidade conjugal-familiar do homem e da mulher é a gramática generativa, podemos dizer “o nó de ouro”. A fé atinge-a da sabedoria da criação de Deus, que confiou à família não o cuidado com uma intimidade que seja fim em si própria, mas sim o emocionante projeto de tornar “doméstico” o mundo” – afirmou o Papa Francisco.

Com isto, podemos ter a certeza de que cada família é uma bênção para o mundo, até ao final da história – afirmou o Papa Francisco que contestou as ideias feitas sobre a “mulher sedutora” que inspira o mal, tendo, pelo contrário, exortado ao espaço que se deve dar a uma “teologia da mulher que esteja à altura desta benção para ela e para a geração!”

O Papa Francisco recebeu antes da Audiência Geral desta quarta-feira dia 16, os ministros do ambiente da União Europeia. Tendo como horizonte a conferência de Paris de final deste ano, o Santo Padre falou sobre solidariedade, justiça e respeito pela Criação. O desenvolvimento sustentável faz-se com tecnologia e solidariedade:

“Sabemos que as pessoas mais vulneráveis da degradação ambiental são os pobres, que sofrem as consequências mais graves. Solidariedade quer dizer, assim, ativar instrumentos eficazes, capazes de unir a luta à degradação ambiental com aquela à pobreza. Existem numerosas experiências positivas em tal direção. Trata-se, por exemplo, do desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas, capazes de utilizar bem os recursos humanos, naturais e socioeconómicos, maiormente acessíveis a nível local, em modo de garantir uma sua sustentabilidade também no longo prazo.”

Débito ecológico, desequilíbrios comerciais, uso dos recursos, foram todas temáticas enunciadas pelo Santo Padre que frisou a necessidade do diálogo citando a Encíclica ‘Laudato Si’.

O Papa Francisco agradeceu o contributo dos ministros europeus do ambiente para a conferência de Paris do próximo mês de dezembro.

Dia 17

Na manhã de quinta-feira dia 17 de setembro o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Clementina no Vaticano os participantes no Simpósio Internacional sobre a Pastoral da Rua, promovido pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes. O Santo Padre afirmou que “nenhuma criança escolhe viver por sua conta na rua” e considerou ser muito preocupante o número crescente de jovens e mulheres que são forçados a ganhar a vida na rua, vendendo os seus corpos e sendo explorados por organizações criminosas e, por vezes, mesmo por parentes e familiares.

O Papa declarou ser importante envolver as diferentes expressões da comunidade cristã nos vários países, a fim de eliminar as causas que obrigam uma criança ou uma mulher a viver na rua ou a ganhar a sua vida na rua.

Também na quinta-feira dia 17 de setembro o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Paulo VI cerca de cinco mil jovens consagrados reunidos em Roma em Encontro Mundial no contexto do Ano da Vida Consagrada.

Falando de improviso o Santo Padre respondeu a perguntas dos jovens consagrados e disse-lhes que na vida consagrada deve-se sonhar, ser criativo e ser livre e, ao mesmo tempo, deve-se dizer não a uma observância rígida dos preceitos e também dizer não aos mexericos que são – segundo o Papa – “a peste da vida comunitária”.

Dia 20

O Papa Francisco está em Cuba desde este sábado dia 19 em Viagem Apostólica. Dos encontros e celebrações que já tiveram lugar e que temos vindo a noticiar destacamos o Angelus com o Santo Padre em Havana:

O tema da atenção ao irmão fragilizado foi retomado pelo Papa nas palavras que proferiu antes da oração mariana do Angelus, em que disse que tal como os discípulos que nunca queriam falar com Jesus acerca da sua paixão e morte, porque não queriam compreender a ideia de O ver sofrer, também nós temos a tentação de fugir das nossas cruzes e das dos outros, de afastar de quem sofre. Por isso, depois de terem venerado Jesus na Eucaristia, o Papa convidou a voltar o olhar para Nossa Senhora, pedindo-lhe para que “nos ensine a permanecer junto da cruz do irmão que sofre, a ver Jesus em cada homem caído no caminho da vida, em cada irmão que tem fome ou sede, que está nu, encarcerado ou enfermo”. “Aprendamos com Maria a ter o coração desperto e atento às necessidades dos outros”.

O Papa elevou depois o seu pensamento à “amada terra da Colômbia” que está a viver um “momento crucial e importante” da sua história, em que os seus filhos, com renovado esforço e movidos pela esperança, estão procurando construir uma sociedade em paz”.

Francisco exprimiu o desejo de que o sangue dos inocentes derramado ao longo de décadas de conflito armado se una ao “sangue de Cristo na Cruz e sustente todos os esforços que se estão a fazer, inclusivamente nesta bela ilha, para uma reconciliação definitiva. E assim esta longa noite de dor e violência, com a vontade de todos os colombianos, se possa transformar num dia sem ocaso, de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito das instituições e do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura”.

“Por favor, ajudemo-nos! – suplicou o Papa, acrescentando: “Não temos o direito de permitir-nos mais um fracasso neste caminho de paz e reconciliação”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 14 a 20 de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.

(RS)








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