2015-09-19 11:45:00

Heroínas?! - Não, gente de fé e atrevida - Franciscanas no Fogo


A Irmã Teodora fintou a emigração para os Estados Unidos, caminho que lhe era apontado pelo pai, para ser religiosa e servir o seu povo. Razão pela qual escolheu ser Franciscana da Imaculada Conceição, Congregação de raiz cabo-verdiana. Enfermeira, profissão pela qual pensava não ter vocação, está hoje satisfeita, pois isto ajuda-a imenso a acompanhar os anciãos do Lar Madre Teresa, em S. Filipe, Ilha do Fogo, o único em Cabo Verde que hospeda idosos pelo resto da vida. Mas sente-se também plenamente realizada na opção de seguir Cristo, chamada que sentiu já aos 12 anos de idade. Uma opção que comporta cruzes, mas Cristo dá força para as carregar e no cimo da ladeira está sempre a alegria, porque servir, mesmo sem compreender, vale sempre a pena - afirma.

A Cruz maior que a Irmã Teodora tem enfrentado, não é, como se poderia pensar, a pobreza material, mas sim procurar, diariamente, ser pobre de espírito, ou seja, não considerar-se – malgrado o seu dinamismo – melhor que os outros, mas caminhar com todos, compreender, servir…

Outra luta que trava todos os dias é a de fazer tudo com alegria, como manda Francisco de Assis e como recomenda, neste Ano da Vida Consagrada, aquele que dele tomou o nome: Papa Francisco.

No Lar de Idosos, ainda por completar, na periferia de São Filipe, dá-se todos os dias um milagre – explica a Irmã Teodora. É que os meios são sempre escassos para acudir os 16 anciãos actualmente ali internados. Mas graças à generosidade de tantas pessoas, no país e sobretudo na diáspora, vão indo para a frente. Aliás, o próprio Centro foi construído com o contributo de muita gente. A luta que a Irmã está agora a travar é a de obter um subsídio do Estado para a gestão do Lar, que vai avante também graças ao ordenado de duas das irmãs, que trabalham como enfermeira no Hospital do Estado, e ao cultivo de hortas…

Embora tenha um fraco pelos anciãos, a Irmã Teodora sabe que se está perante um trabalho exigente e, juntamente com as outras três Irmãs da Casa (Tututa, Teodolinda e Lucinda) procuram dosear as forças e fazer uso da psicologia no trato com esses anciãos, por vezes, carentes de afectividade. Alguns deles, ex-leprosos, não têm filhos, outros têm os parentes longe da terra. As razões por que estão aí são várias, mas felizmente, não se pode falar em abandono de idosos no arquipélago – assegura esta religiosa.

A ouvi-la, fica-se com a sensação de estar perante – como disse o Papa Bento XVI às mulheres em Angola – “heroínas silenciosas”, mas a Irmã Teodora responde que mais do que heroínas, se sentem “gente de fé e atrevidas”, pois é preciso ter uma certa ousadia, atrevimento, para se lançar em determinadas obras de serviço aos outros.

Neste Ano da Vida Consagrada a irmã Teordora Santos Carvalho dirige uma mensagem sobretudo aos jovens a não terem medo do sacrifício e da cruz  e a descobrirem o valor da doação, pois é doando que se recebe.

Conheça melhor o que move esta religiosas, ouvindo directamente as palavras. Clique em baixo e oiça…

(DA)








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