2015-09-17 13:04:00

Burkina Faso: Detida a cúpola do Governo de transição


O presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando, o primeiro-ministro, Isaac Zida, e dois ministros foram detidos e feitos reféns nesta quarta-feira no Palácio Presidencial, em Uagadugu, pela guarda presidencial do ex-presidente, Blaise Compaoré - informou uma fonte oficial local citada pela AFP.

Os militares da guarda presidencial invadiram a sala do Conselho de Ministros às 14h30 e fizeram reféns o presidente do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, Isaac Zida, e dois ministros (de Funções Públicas, Augustin Loada, e de Urbanismo, René Bagoro)", afirmou o presidente do Conselho Nacional de Transição, Cheriff Sy, num comunicado transmitido à AFP.  "Enquanto isso, tropas do Exército atiravam diversos objectos para dispersar a multidão que protestava do lado de fora do Palácio Presidencial, na capital.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou sua indignação relativamente à acção da guarda presidencial de Burkina Faso. "Este incidente é uma violação flagrante da Constituição e da Carta de Transição de Burkina Faso", disse Ban Ki-moon.

Por sua vez a ONU, a União Africana (UA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reagiram à situação, em nota divulgada nesta quarta à noite nestes termos:  "a UA, a CEDEAO e as Nações Unidas exigem a libertação imediata e incondicional dos reféns", declaram essas mesmas organizações, na nota conjunta publicada na página institucional da União Africana.

 "Os autores desse sequestro inaceitável responderão por seus actos e serão considerados responsáveis por qualquer tentativa contra a integridade física do presidente, do primeiro-ministro e das outras personalidades que eles mantêm detidas", acrescenta a nota.

As três organizações condenam, de maneira categórica, o facto que consideram de violação flagrante da Constituição e da Carta de Transição e exigem que as forças de Defesa e de Segurança se submetam à autoridade política e, no contexto actual, às autoridade de transição nomeadamente as Nações Unidas, a UA e a CEDEAO e reafirmam a sua "determinação, no apoio às autoridades nacionais e na utilização dos recursos que forem necessários para garantir a realização bem-sucedida da transição em Burkina Faso".

É desde a queda de Blaise Compaoré, em outubro de 2014, que Burkina Faso é governada por autoridades interinas, dirigidas pelo presidente Michel Kafando e pelo primeiro-ministro Zida. Esse grupo deve deixar o poder após as eleições presidenciais e legislativas previstas para Outubro próximo. O ex-presidente Blaise Compaoré foi derrubado pela pressão das ruas em Outubro de 2014, após 27 anos no poder. Desde então, e em diferentes ocasiões, a sua ex-guarda presidencial tem vindo a causar distúrbios ao processo de transição em curso no país. 








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