2015-09-16 12:38:00

"Vou de vez." - Irmã Isidora optou sem hesitação pela vida religiosa


"Vou de vez…" - Foi assim que a Irmã Isidora Gomes Fernandes respondeu a quem - perante a possibilidade de ela ser professora - lhe sugeria escrever uma carta dizendo que poderia voltar.

Encorajada e encaminhada pelo missionário espiritano, suiço, P. Luís Allaz, ela deixava assim a sua terra natal, Boa Entradinha, no interior de Santiago, para ir para o Senegal, ingressar na Congregação do Sagrado Coração de Maria. E ia com intenções de ficar, pois havia muito que andava a olhar com admiração pelas irmãs espiritanas lá nas suas redondezas, mas dado que eram todas brancas, pensava que ser religiosa era uma missão tão nobre e elevada que os africanos não podiam chegar lá. Hoje quando pensa nisso dá-lhe vontade de rir.

Para além do P. Luís Allaz, a Irmã Isidora recorda muito bem os nomes das outras pessoas que lhe ajudaram a preparar-se para a sua ida ao Senegal, como algumas espiritanas, o Professor Juvino, e outros.

Mas para poder seguir o caminho da vida religiosa foi importante o apoio do pai que - contráriamente ao tio e à mãe que viam na sua ida a perda duma força de trabalho e fonte de ganho para a família - encorajou-a na sua vocação. 

No Senegal ficou 5 anos e quando voltou a Cabo Verde, já como uma jovem professa, foi grande festa em Boa Entradinha. Abraçaram-na, levantaram-na, cantaram... e muitas jovens entusiasmaram-se pela vida religiosa. Excepto uma sua irmãzinha  que tinha 9 anos e que achava muito rigoroso ter que renunciar a tudo para seguir Cristo. Mas, mais tarde viu que valia a pena e seguiu as pegadas da irmã, entrando mais tarde na mesma Congregação.

Actualmente a Irmã Isidora ocupa-se da pastoral, juntamente com a Irmã Domingas Tavares e a Irmã Elisângela,  na Paróquia do Santo Crucifixo, em Coculi, ilha de Santo Antão (Cabo Verde), uma Paróquia sem padre residente. O ambiente - diz - é familiar, pessoas simples amáveis mas, como em todo o lado em Cabo Verde, escasseiam vocações. Os/as jovens aspiram a ser engenheiros, médicos... e sentem-se atraídos pelas coisas do mundo. Mas a Irmã Isidora diz-lhes para não terem medo, pois a felicidade não está tanto em coisas materiais, quanto em seguir Cristo.

O Ano da Vida Consagrada constitui para ela um estímulo para viver melhor. É que olhar para o passado, como convida o Papa, dá força para o futuro, um futuro para o qual a Irmã Isidora parece olhar com confiança e aquela alegria contagiante que o Papa Francico considera fundamental na vida religiosa. E para além do bom almoço preparado com a abobora e outros legumes frescos da horta que cultivam para o seu sustento, pude viver e apreciar, durante algumas horas, a boa hospitalidade dela e da Irmã Domingas. A Irmã Elisângela estava na escola. 

Mas, clique, caro/a ouvinte e oiça, directamente, as  palavras envolventes da Irmã Isidora...  (DA)








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