Papa aos Claretianos: abrir fronteiras e portas


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (11/09), na Sala do Consistório, no Vaticano, os 120 participantes do XXV Capítulo Geral dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, conhecidos como Claretianos.

Liderando o grupo, estava o recém-eleito Superior Geral, Pe. Matew Vattamattam, que dirigiu ao Pontífice algumas palavras. Em seguida, o Papa improvisou um discurso, entregando-lhes em mãos o que havia preparado. O tema do encontro dos religiosos, realizado em Roma, foi “Testemunhas e mensageiros da alegria do Evangelho”.

Em seu discurso espontâneo, o pontífice disse que “os Claretianos estão pra todo lado”. No campo da Teologia se destaca o ex Superior Geral que é um teólogo da vida consagrada. “No Direito Canônico vocês estão entre os melhores canonistas aqui em Roma. Um trabalho silencioso, santo, de um homem que passou toda a sua vida na Congregação religiosa e no arquivo, e nos deu exemplo de vida e missionariedade”, disse o Papa.

O Santo Padre destacou três palavras em sua mensagem: “adorar, caminhar e acompanhar”.

“Adorar. Nós no mundo da eficiência, perdemos o sentido da adoração, incluindo na oração. Rezamos, adoramos ao Senhor, pedimos e agradecemos. Porém, adorar é estar diante do único Deus, daquele que é único que não tem preço, que não se negocia e não se muda. Tudo o que está fora Dele é uma imitação de papelão: é um ídolo. Adorar. Nesta etapa é preciso fazer um esforço para crescer nesta maneira de oração: a adoração! Adorem, adorem a Deus. É uma carência da Igreja neste momento por falta de pedagogia. Este sentido de adoração vemos no Primeiro Mandamento da Bíblia. ‘Não terás outros deuses diante de mim’. Somente adorar com a alma prostrada.”

“Deus não pode adorar si mesmo. Deus quis caminhar. Não quis ficar quieto. Desde o início caminhou com o seu povo”, disse o Papa acrescentando:

“Caminhar é abrir fronteiras, sair, abrir as portas e buscar caminhos. Caminhar. Não ficar sentados, não se instalar, no mal sentido da palavra. É verdade que é preciso organizar as coisas. Existem trabalhos que exigem estar tranquilos, porém caminhar e buscar com a alma, o coração e a cabeça. Ir às fronteiras, às  fronteiras de todo tipo, incluindo a de pensamento. Os seus intelectuais devem ir às fronteiras, abrir caminhos, buscar. Portanto, não ficar quieto, porque quem está quieto não se mexe, se corrompe, como a água estagnada. A água do rio que escorre não se corrompe. Caminhar como Deus caminhou, que se fez companheiro de viagem. Vemos na Bíblia como o Senhor acompanhou o seu povo, tomando sobre si os pecados, perdoando. Acompanhar quer dizer caminhar. Caminhar com este desejo de chegar um dia a contemplá-Lo e não, como infelizmente acontece, como pessoa que vem garantir a sua própria vida num instituto ou que fica quieto para que não lhe falte nada. Caminhar, caminhar.”

“Portanto, não caminhar sozinhos. É até chato”, frisou Francisco. “Acompanhar o povo. Deus caminhou, acompanhando. É bonito lembrar a passagem dos Discípulos de Emaús quando Jesus se faz de tonto com eles. Ele se colocou ali, os acompanhou. Acompanhou todo um processo”, disse o Papa. 

“Acompanhar os momentos de alegria, acompanhar a felicidade dos matrimônios, das famílias. Acompanhar os momentos difíceis, os momentos da cruz, os momentos do pecado. Jesus não tinha medo dos pecadores: os procurava. Acompanhar as pessoas e os desejos que o Senhor semeia no coração, e deixá-los crescer bem.” (MJ)








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