Apelo dos bispos europeus: política comum para a imigração e o asilo


Bruxelas (RV) – A Comissão dos Episcopados das Comunidades Europeias, a Comece, afirma que “a crise dos refugiados requer uma solução comum”. A declaração é desta quarta-feira (9) e se refere “à situação atual dos refugiados e ao debate sobre a política europeia comum relativa à imigração e asilo”.


 
Em primeiro lugar, a Comissão exorta os europeus a “compartilhar a responsabilidade e a trabalhar juntos na solução” da crise atual. “O Tratado de Dublin não funciona”, sublinham os bispos, referindo-se ao tratado internacional multilateral sobre o direito de asilo, firmado naquela cidade em 1990, “e é inaceitável que alguns países procurem se dissociar completamente das suas responsabilidades”.
 
Se, de fato, a União Europeia é “fundada sobre a solidariedade entre os europeus”, o problema dos refugiados é “um desafio comum que necessita, de consequência, de uma solução europeia comum”. “Não devemos aceitar que os homens e mulheres morram afogados ou asfixiados nas fronteiras da Europa”, afirmam os bispos. “Impedir os refugiados de entrar no continente com arame farpado e muros não é a solução”. E, para os cristãos, além disso, “é um dever ajudar os refugiados, independente da sua origem ou religião”.
 
A Comissão dos Episcopados lembra, inclusive, o apelo lançado pelo Papa Francisco no Angelus do dia 6 de setembro: o Pontífice exortou as igrejas do Velho Continente para acolher os refugiados. Os bispos enaltecem que “esse apelo obriga a Igreja na Europa a agir. Devemos sentir na pele o sofrimento dessas mulheres e desses homens. Também estamos comovidos com a solidariedade e a disponibilidade que muitos europeus, nas últimas semanas, acolheram os refugiados”.
 
Daqui o agradecimento dos bispos europeus a todos aqueles que “se empenham para que os refugiados sejam recebidos com humanidade, num espírito de compaixão e caridade cristã”. Ao mesmo tempo, a Comissão se “opõe firmemente” aos episódios de “moléstia e hostilidade” em relação a quem pede asilo.
 
A comunicação episcopal é concluída com o pedido explícito de “uma política comum, em nível europeu, para a imigração e o asilo” porque, “se se é capaz de resolver as crises econômicas através encontros extraordinários, dia e noite, então deve ser possível fazer o mesmo no momento em que está em jogo os destinos de muitos homens e muitas mulheres”. No fundo, sublinha a Comissão, a questão dos refugiados “se refere diretamente aos valores e ao futuro da Europa”. (AC)








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