Itália: pároco de Palermo já hospeda 15 migrantes na igreja


Palermo (RV) – O apelo do Papa Francisco para abrir as paróquias aos refugiados já é realidade há um ano em Palermo. Dom Sergio Mattaliano, diretor da Cáritas da cidade e pároco da Igreja São João Maria Vianney em Falsomiele, um bairro simples da periferia da cidade, acolheu 15 imigrantes que estão perfeitamente integrados.

Pouco importa se a igreja é um edifício ainda em construção, e as escadas em cimento porque ainda não foram finalizadas. A casa canônica adjacente funciona, é bem estruturada e dotada de uma grande cozinha. Dom Sergio e os voluntários a transformaram numa casa de acolhimento com quartos e uma área comum onde comer. Os mesmos imigrantes, dos quais o padre se transformou num segundo pai, confirmam que virou “uma grande família”.

Momadí tem 19 anos, sonhava ser jogador de futebol na Costa do Marfim. Ele chegou em junho do ano passada da Líbia, aprendeu o italiano e consegiu o diploma da escola média. Fathima também chegou em 2014. Queria reencontrar o marido que estava em Palermo já há algum tempo e conseguiu. Hoje ela espera um filho que vai nascer em dezembro.

Alpha, no entanto, desembarcou há 2 meses na Sicília. Ele é de Serra Leoa e saiu da Líbia com a filha de 2 anos e meio. Alpha perdeu a mulher durante a travessia, mas Dom Sergio acolheu pai e filha na igreja. Na casa tem uma sala cheia de brinquedos, bonecas e ursinhos. A pequena Prospery se transformou na mascote da paróquia: voluntários e fieis brigam pra tirar o mais bonito sorriso dela, enquanto as crianças do bairro, que frequentam a paróquia, ficam sempre de olho para cuidá-la.

Dom Sergio garante que “aqui muçulmanos e católicos convivem muito bem, num bonito exemplo de integração. Há um ano abrimos as portas para os migrantes. Inclusive naquele tempo o Papa Francisco tinha convidado as paróquias e as comunidades católicas a dar acolhimento; outras comunidades da cidade, como a de São Carlos (foto), também aceitaram o apelo. Assim começou um percurso. Administrá-lo não é simples e, a um certo ponto, foi preciso interrompê-lo. Para acolher os migrantes e consentir que eles fiquem aqui”, explica o pároco, “existe um processo burocrático para seguir. É necessário coordená-lo com a prefeitura e a polícia”.

Para Dom Sergio, trabalhando há muito tempo junto aos voluntários da organização humanitária durante as operações de acolhimento no porto de Palermo por ocasião dos desembarques dos migrantes, “é indispensável uma coordenação entre as instituições e as comunidades católicas, porque nem todas as paróquias dispõem de psicólogos e assistentes sociais – figuras que são necessárias. É um percurso complexo”, finaliza Dom Sergio.

Entre os hóspedes da Paróquia de Falsomiele há quem aprendeu o italiano e quem agora tem um trabalho nos campos, com um salário modesto. Momadí diz que se sente bem ali: “estou feliz com Pe. Sergio, que para mim é como um pai. Aprendi o italiano, vou à escola e tenho um diploma, além de ajudar também os outros hóspedes. Somos uma verdadeira família”. (AC/Ansa)








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