Capelão da Marinha em zona de guerra: “missão árdua e longínqua”


Cidade do Vaticano (RV) – A Corveta Barroso da Marinha do Brasil passará a integrar a partir do próximo dia 7, a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas do Líbano (FTM-UNIFIL).

O capelão militar Padre Érico Pitágoras, junto com os militares a bordo da Corveta Barroso, aportou em Nápoles e, na quarta-feira (2/9), pôde participar da audiência geral com o Papa Francisco.

Padre Érico visitou a Rádio Vaticano e refletiu sobre os desafios de estar embarcado por oito meses no Mediterrâneo, em uma zona de conflito e emergência imigratória.

“É uma missão árdua, longínqua, e que vai requer uma capacidade de muita escuta e de muita orientação para os nossos militares e, também, quem sabe, conselho, orientação e mensagens para os familiares que ficam no Brasil”, disse o capelão que é um dos 40 sacerdotes que servem nas Forças Armadas.

Presença a bordo

Durante o período de missão, a maior parte do tempo se passa em alto-mar. São, em média, somente 10 dias em terra a cada mês. Padre Érico explica que serviço tem um caráter psicossocial.

“A presença do capelão a bordo é muito importante: o aconselhamento, a orientação, as missas a bordo. Muitos militares são católicos, mas sei também que muitos não são, e esses nossos irmãos também deverão ser acolhidos porque o capelão não é somente o assistente religioso dos católicos, ele é assistente religioso de todos os militares, ele é capelão de todos”, afirmou.

Carreira militar

O capelão afirmou ainda que o serviço nas Forças Armadas é desafiador por proporcionar uma vida com regras militares baseadas na fé.

“À medida que nós nos tornamos capelães militares, somos militares. Participamos de alguns momentos de adestramento, de formação e orientação sobre a realidade que encontraremos. Mas, sobretudo, é importante perceber que espiritualmente, alicerçados pelos sacramentos e pela vida em oração, estaremos fortalecidos para esta missão”, disse.

Para os vocacionados, Padre Érico explica que caminho seguir para servir nas Forças Armadas.

“No discernimento vocacional, ao perceber que tem esta capacidade, este dom, ou este chamamento a este serviço tão específico como é o serviço religioso nas forças armadas, deve-se procurar o Ordinariado Militar do Brasil. Uma vez sacerdote, é preciso prestar concurso público”. (RB)

 








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