No Vaticano, ex-pároco no Rio fala da luta contra remoções


Cidade do Vaticano (RV) – O Padre Fábio de Freitas Guimarães, ex-pároco da paróquia de São Marcelino Champagnat, no Rio de Janeiro – que engloba a comunidade Vila Autódromo – acaba de chegar ao Vaticano, onde iniciou o serviço à Santa Sé como oficial na Congregação para o Clero.

Padre Fábio foi o convidado do programa Em Romaria (clique para ouvir a íntegra) desta quinta-feira (13/8) e, entre outros assuntos, falou sobre a luta da Igreja contra as remoções ilegais na Vila Autódromo e explicou as mudanças promovidas pelo Papa Francisco no dicastério para o clero.

Nova secretaria

“Recentemente, foi passado à Congregação para o Clero a responsabilidade do acompanhamento, orientação e das diretrizes em relação aos seminários e a formação dos novos sacerdotes. O Papa cria, então, dentro da Congregação, uma nova secretaria que vai se ocupar disso; até então a Congregação se ocupava, majoritariamente, do cuidado em relação aos sacerdotes e aos diáconos. Agora, passa a pertencer a ela a responsabilidade por orientar, conduzir, dirigir a questão dos seminários e da formação dos novos padres e é neste grupo que eu vou trabalhar”.

Vila Autódromo

A comunidade ganhou as manchetes nacionais e internacionais por estar localizada nas adjacências do Parque Olímpico, que está sendo construído na Barra da Tijuca e do qual, após as Olímpiadas, alguns edifícios serão comercializados no mercado imobiliário de alto luxo.

“Infelizmente, o novo poder público não tem desempenhado um papel honroso no que diz respeito ao reconhecimento e à guarda da dignidade e do direito dessas pessoas. O prefeito do Rio de Janeiro continua promovendo a todo custo iniciativas de remoção. Chegou ao ponto de propor a alguns moradores a assinatura de um documento que os classifica como pessoas “despossuídas”, sem moradia, onde eles renunciam à própria moradia para receberem um beneficio financeiro. Sabemos que são atitudes que não contemplam a laicidade no que diz respeito a guarda da dignidade humana e que deixam muito a desejar sobre a condição em que nós olhamos a presença e a qualidade do cidadão na nossa sociedade, isso em si já é grave”.

Coerção

“Mas se torna mais grave quando, pessoas que não aceitam tal proposta, veem ameaçadas suas vidas por atos de violência e intimidações físicas, como aconteceu no último dia 3 de junho, quando eu estava presente. Uma tentativa de execução de um ato que tinha sido suspenso pela Justiça, mas o município procedeu à execução amparado por um equívoco da própria Justiça. Ato que culminou com a agressão de várias pessoas de idade por conta dos guardas municipais que nem deveriam estar ali, já que não cabe a eles e sim à Polícia Militar, a responsabilidade de uma emissão de posse – que é a demolição de uma casa e a restituição do terreno ao poder público.

(SP/RB)








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