Igreja no Quênia deve desempenhar papel na tutela da Criação


Nairóbi (RV) - A Igreja católica no Quênia deve desempenhar seu papel na salvaguarda da Criação: foi a exortação feita, dias atrás, num Simpósio dedicado à “Laudato si” – a Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum –, realizado em Nairóbi, na Universidade Católica do Leste da África.

Organizado pelo Centro para ética e justiça social da instituição acadêmica, o encontro teve, entre outros, a presença do responsável pela Comissão Episcopal da Pastoral e Apostolado Laico, Dom Charles Odira. “O trabalho pastoral e a evangelização não implicam somente falar de Deus, mas também participar ativamente na proteção das grandes obras que Deus fez para nós, porque se pode falar do Senhor somente mediante a sua Criação”, ressaltou Dom Odira.

12 milhões de católicos

Nessa ótica, a “Laudato si” foi escrita “para mudar a pouca atenção que muitas pessoas dão à questão do ambiente”, explicou o prelado. “Sacerdotes, religiosos e leigos, todos têm a oportunidade de colocar em prática as sugestões presentes na encíclica.” Ainda mais, considerando que “a Igreja tem a possibilidade de fazê-lo: no Quênia os católicos são cerca de 12 milhões; existem numerosas instituições religiosas que podem ‘criar rede’ com outros grupos ecumênicos, e as cartas pastorais escritas pelos bispos têm uma notável repercussão, bem como suas homilias dominicais ou subsídios catequéticos difundidos pela Conferência episcopal”.

Desse modo, concluiu o bispo, “se poderá levar a beleza da mensagem pontifícia à atenção dos organismos institucionais”. O simpósio evidenciou também a responsabilidade que os cristão receberam de Deus de serem “custódios da terra”. Nesse sentido, exortou-se a adotar, o quanto antes, “uma ecologia humana e a dar atenção àqueles elementos culturais que estão provocando a destruição do planeta”. Daí, o chamado também a um maior diálogo Estado-Igreja em todos os níveis.

Por sua vez, Mons. Juvenalis Baitu, docente da referida universidade, evidenciou que “a crise ecológica é essencialmente uma crise espiritual” que deve ser resolvida mediante “um espírito de compreensão recíproca entre cristãos e não-cristãos”. “Devemos permanecer unidos superando a divisão entre grupos da Igreja e as instituições da sociedade civil”, concluiu. (RL)








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