2015-08-10 12:32:00

A Semana do Papa de 3 a 9 de agosto


Recomeçaram as audiências gerais com o Papa Francisco após a suspensão de verão durante o mês de julho. Esta semana na Sala Paulo VI, na quarta-feira dia 5, estiveram muitos jovens, em particular, acólitos.

Efetivamente, o Papa concedeu um encontro especial aos acólitos que estiveram em Roma para a sua peregrinação internacional. Foi na terça-feira dia 4 e é por essa audiência que começamos esta nossa síntese semanal das atividades do Santo Padre.

Dia 4

Terça-feira, 4 de agosto, na Praça de S. Pedro o Papa Francisco encontrou, no final da tarde, os mais de 10 mil acólitos vindos a Roma para a sua 11ª peregrinação internacional. Testemunhos, musica e orações, em diversas línguas, coloriram este encontro do Santo Padre com os acólitos de todo o mundo que vieram à Cidade Eterna para reforçarem a sua vocação de serviço do altar.

O Papa Francisco nas palavras que lhes dirigiu, durante a oração de Vésperas, referiu que os acólitos são como o profeta Isaías “pequenos e débeis, mas com a ajuda de Jesus revestidos da força de empreender uma grande viagem na vida”:

“Também o profeta Isaías descobre esta verdade, podemos dizer que Deus purifica as suas intenções, perdoa os seus pecados, cura o seu coração e torna-o idóneo a desenvolver uma tarefa importante, aquela de levar ao povo a Palavra de Deus, tornando-se instrumento da presença e da misericórdia divina. Isaías descobre que, colocando-se com confiança nas mãos do Senhor, toda a sua existência é transformada.”

Celebrar a Eucaristia e os outros sacramentos é, para os acólitos, experimentar a íntima proximidade de Jesus e a eficácia da sua presença – afirmou o Papa Francisco:

“Não encontrais Jesus colocado num inatingível trono alto e elevado, mas no pão e no vinho eucarísticos, e a sua Palavra não faz vibrar os umbrais das portas mas as cordas do coração.”

O Santo Padre frisou aos acólitos que “somos convidados a não permanecer fechados em nós mesmos, conservando a nossa fé num depósito subterrâneo para o qual nos retiramos nos momentos mais difíceis. Pelo contrário” – continuou o Papa – “somos chamados a partilhar a alegria de reconhecermo-nos escolhidos e salvos pela misericórdia de Deus”.

E no serviço do altar do Senhor – concluiu o Papa agradecendo a disponibilidade de todos – os acólitos fazem “um treino de educação para a fé e para a caridade dirigido ao próximo”.

Dia 5

Quarta-feira, 5 de agosto, audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paolo VI, a primeira depois da suspensão do mês de julho. Grande entusiasmo e a presença de muitos jovens acólitos presentes em Roma em peregrinação. Tema da catequese: os divorciados recasados.

O Papa Francisco sublinhou em particular que devemos olhar para estas novas famílias com os olhos dos filhos pequenos, das crianças e veremos, assim, ainda mais, a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real destas pessoas.

“Deve-se fazer de tal maneira que não se juntem outros pesos para além daqueles que os filhos, nestas situações, já se encontram a ter que levar! Infelizmente, o número destas crianças e jovens é verdadeiramente grande. É importante que eles sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro.”

O Papa Francisco destacou o trabalho já desenvolvido pela Igreja nas últimas décadas e que fez crescer a consciência de que é necessário um fraterno e atento acolhimento no amor e na verdade para com os batizados que estabeleceram uma nova relação depois da falência do matrimónio sacramental. ”Efetivamente, estas pessoas não estão excomungadas e não podem ser absolutamente tratadas como tal: elas fazem sempre parte da Igreja” – sublinhou o Santo Padre.

Recordando as palavras de Bento XVI no VII Encontro Mundial das Famílias em Milão em 2012, nas quais o Papa Emérito solicitava discernimento e acompanhamento pastoral sublinhando que ”não existem receitas simples”, o Papa Francisco afirmou que é importante que todos se sintam acolhidos e possam viver segundo uma fé convicta e praticada: através da oração, da escuta da Palavra de Deus, da frequência na liturgia, da educação cristã dos filhos e do compromisso pela justiça e pela paz.

Relembrando o ícone bíblico do Bom Pastor, o Santo Padre declarou que a Igreja é chamada a estar sempre de portas abertas:

” A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Nada de portas fechadas... Todos podem participar de certa maneira na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade. A Igreja é a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida de canseiras.”

Dia 9

Domingo, 9 de agosto, grande multidão na Praça de S. Pedro para o Angelus do Papa Francisco. O Santo Padre referiu-se ao Evangelho de S. João no seu sexto capítulo que marca o XIX Domingo do Tempo Comum.

Após o milagre da multiplicação dos pães, Jesus explica-nos o significado deste sinal – afirmou o Papa salientando que tal como tinha feito anteriormente com a Samaritana, partindo da experiência da sede e do sinal da água, Jesus na leitura deste domingo parte da experiência da fome e do sinal do pão para se revelar e convidar a crer n’Ele.

Jesus afirma que o verdadeiro pão descido do céu é Ele – continuou o Papa – que recordou que essa afirmação foi motivo de escândalo para muitos que o seguiam revelando que é assim que Jesus nos introduz na “dinâmica da fé”. Essa dinâmica é uma “relação” explicou o Papa pois não basta encontrar Jesus e ler a Bíblia para acreditar, é preciso a fé que só acontece quando deixamos que o Espírito Santo nos faz entrar “na relação de amor e de vida que há entre Jesus e Deus Pai”:

“Então, com esta atitude de fé, podemos compreender também o sentido do “Pão da Vida” que Jesus nos dá e que Ele exprime assim: “Eu sou o pão vivo, descido do céu. Quem come deste pão viverá para sempre e o pão é a minha carne para a vida do mundo”. Em Jesus na sua “carne” – ou seja, na sua humanidade concreta – está presente todo o amor de Deus, que é o Espírito Santo. Quem se deixa atrair por este amor vai em direção a Jesus com fé e recebe d’Ele a vida, a vida eterna.”

Após a recitação do Angelus o Papa Francisco referiu-se ao 70º aniversário dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki no Japão durante a II Guerra Mundial que aconteceram nos dias 6 e 9 de agosto em 1945. A este propósito o Santo Padre reafirmou a necessidade de repudiar sempre a guerra:

“Esta triste comemoração apela-nos sobretudo a rezar e a empenharmo-nos pela paz, para difundir no mundo uma ética da fraternidade e um clima de serena convivência entre os povos. De todas as terras se levante uma única voz: não à guerra, não à violência, sim ao diálogo, sim à paz! Com a guerra perde-se sempre. O único modo de vencer uma guerra é não fazê-la.”

O Papa Francisco exprimiu também a sua preocupação pelas recentes notícias que chegam de El Salvador, onde nos últimos tempos se têm agravado as condições da população e um aumento da violência devido à carestia e à crise económica. O Santo Padre encorajou o povo salvadorenho:

“Encorajo o caro povo salvadorenho a perseverar unido na esperança e exorto todos a rezarem para que na terra do beato Óscar Romero refloresçam a justiça e a paz.”

E com Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 3 a 9 de agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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