Bispos maronitas exortam parlamentares a elegerem presidente do Líbano

Beirute (RV) - Os bispos maronitas lançaram um novo apelo aos parlamentares dos vários grupos a “apresentar seus candidatos definitivos para a Presidência da República e a ir ao Parlamento participar das eleições de modo democrático e constitucional”.

O apelo foi difundido após o encontro mensal dos bispos, que tem a participação dos superiores das ordens religiosas maronitas, realizado esta quarta-feira na sede do patriarca maronita de Dimane.

O comunicado final ressalta “a profunda inquietação diante do vazio presidencial que continua e que corre o risco de chegar à beira da queda da própria República”.

“A estagnação política e a crise econômica que ela gera – continua o apelo – exige de todos que coloquem, em primeiro lugar, o interesse nacional e a preservação da unidade nacional, porque não é possível para o Líbano superar suas crises políticas se é exposto a instabilidades que ameaçam a sua unidade.”

Há mais de um ano o país não tem um presidente. Desde maio de 2014 houve muitas sessões para eleger o novo presidente, mas o Parlamento libanês jamais alcançou o quórum para o voto devido boicotagem por parte do grupo chamado 8 de Março.

Reiteradas vezes, o patriarca maronita Béchara Boutros Raï tentou reunir as formações cristãs a fim de indicarem um candidato comum, mas os grupos são divididos entre si.

Os bispos se pronunciaram também sobre a crise do lixo, que há semanas não é recolhido, após o fechamento do aterro sanitário de Naameh, onde não há mais espaço.

Os prelados ressaltam que a crise do lixo “mancha a imagem do Líbano e ameaça o ambiente e a saúde dos habitantes”. Por isso, eles denunciam o fato que “submeter o bem público aos conflitos, ao clientelismo e aos mercado terá consequências prejudiciais para a sociedade”.

Por fim, os bispos libaneses comentaram o acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências. O acordo “prova a importância do diálogo que o Papa Francisco continua propondo”, afirmam eles, fazendo votos de que esse diálogo prevaleça em toda a região do Oriente Médio. (RL)