Após três anos, bispo com aval do Papa é ordenado na China


Pequim (RV) – Após três anos, realizou-se na China a primeira ordenação de um bispo designado pela Santa Sé. De fato, na terça-feira (4/8), o Padre Joseph Zhang Yinlin foi ordenado na Igreja do Sagrado Coração de Jesus como Bispo oficial de Anyang.

"Tranquilidade" controlada

Um cordão de isolamento formado por policiais fechava todos os acessos à igreja localizada na Província de Henan (China central). Somente os detentores de um passe especial tiveram acesso à cerimônia, que “realizou-se de modo tranquilo”, segundo um dos sacerdotes participantes do rito. Esta “tranquilidade” refere-se, sobretudo, ao fato de que os três bispos ordenantes estão em comunhão com a Santa Sé: Dom Shen Bin, de Haimen (Jiangsu), Dom Yang Yongqiang, de Zhoucun (Shandong) e Dom Wang Renklei, de Xuzhou (Jiangsu).

Importância da ordenação

Segundo a Agência católica UCA News, o Padre Joseph Zhang Yinlin fazia parte de uma lista de possíveis bispos que teriam a aprovação da Santa Sé. Vários analistas destacaram a importância da celebração: é a primeira após a de Taddeo Ma Daqin, em 2012 em Xangai, encerrada com a prisão domiciliar e o isolamento do novo prelado, pois havia se demitido da Associação Patriótica. Esta também foi a primeira ordenação sob o pontificado de Francisco, que continua a enviar mensagens de amizade ao Presidente chinês Xi Jinping e à sociedade chinesa.

Associação Patriótica

O Governo chinês não reconhece a autoridade do Vaticano sobre a Igreja na China. Para tanto, criou a Associação Católica Patriótica da China, controlada pelo Partido Comunista (PCC), que “supervisiona” o clero local e os locais de culto aprovados pelo Partido.

Desde a subida ao poder de Xi Jingping, há dois anos, o controle da sociedade civil e das religiões ficou mais duro, como demonstra a campanha de destruição e retirada de cruzes de templos católicos e protestantes e a demolição de locais de culto que “supostamente” violavam as normas de construção. Segundo estimativas, existem na China 12 milhões de católicos. (JE)

 








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