2015-07-28 10:13:00

Laudato Si, encíclica social


No passado mês de junho foi lançada a mais recente Encíclica do Papa Francisco: “Laudato si, sobre o cuidado da casa comum”, um texto no qual o Santo Padre em seis capítulos desenvolve um conceito de ecologia integral como novo paradigma de justiça. Uma encíclica social, como recentemente lhe chamou o Papa. Neste “Sal da Terra, Luz do Mundo” recordamos as palavras do Papa e o comentário do vaticanista português Octávio Carmo, em declarações à Agência Ecclesia.

A relação íntima entre os poderes e a fragilidade do Planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do paradigma que deriva da tecnologia, a busca de outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a grave responsabilidade da política, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida são os eixos da Encíclica ‘Laudato Sí’ do Papa Francisco, inspirada na sensibilidade ecológica de Francisco de Assis.

Uma encíclica que muito recentemente o Papa Francisco considerou como sendo uma encíclica social, nas palavras que dirigiu aos autarcas reunidos no Vaticano para debaterem as mudanças climáticas e as novas formas de escravidão.

Na ocasião o Santo Padre sublinhou que aquilo que se pede no cuidado com o ambiente é muito mais do que uma simples atitude verde, mas sim uma atitude de ecologia humana:

“ Essa atitude de cuidar do ambiente, não é uma atitude verde é muito mais; cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana, a ecologia é total é humana. E isso é o que eu quis desenvolver na Encíclica ‘Laudato Si’.”

Neste sentido, o Papa Francisco reforçou a ideia de que a ‘Laudato Sí’ não é uma encíclica verde mas uma encíclica social:

“Não é uma encíclica verde é uma encíclica social, porque da vida social dos homens não podemos separar o cuidado com o ambiente, que é uma atitude social.”

Aos mais de 70 autarcas o Santo Padre falou no fenómeno do crescimento desmesurado das cidades, baseado em fenómenos migratórios que comportam consequências negativas de exclusão que levam à falta de trabalho, ao desemprego e a novas formas de escravidão.

O Papa Francisco considera que a defesa do ambiente deve estar interligada com a sensibilização para as novas formas de escravidão e declarou mesmo que as Nações Unidas têm que se interessar pelo “fenómeno do tráfico de pessoas provocado pelo fenómeno ambiental”:

“E as Nações Unidas têm que se interessar muito fortemente por este “fenómeno do tráfico de pessoas provocado pelo fenómeno ambiental”.

A Encíclica ‘Laudato Sí’ apresenta-se assim como um apelo para a mudança de atitudes de todos os seres humanos com um sentido ambiental, social e global, como nos explica, em declarações à Agência Ecclesia, o vaticanista Octávio Carmo.

Octávio Carmo aprofundou o seu comentário falando do louvor da criação que o Santo Padre propõe na esteira de S. Francisco de Assis.

As consequências ambientais do consumismo desenfreado dos países mais ricos necessitam de soluções – afirma ainda o vaticanista Octávio Carmo – e o Papa propõe sobriedade para contrariar a tecnocracia.

Segundo Octávio Carmo a ‘Laudato Sí’ é um documento que condensa todo um percurso do ensinamento católico sobre o ambiente e será uma encíclica da qual falaremos durante muitos anos.

Nesta entrevista à Agência Ecclesia o vaticanista Octávio Carmo refere que na Encíclia ‘Laudato Sí’ a vida humana está em primeiro lugar.

‘Laudato Sí’ é a mais recente Encíclica do Papa Francisco, um documento que temos vindo a aprofundar e ao qual voltaremos em próximas emissões.

“Sal da Terra, Luz do Mundo” é aqui na Rádio Vaticano em língua portuguesa. (RS)








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