Patriarca Sako: iraquianos sentem proximidade do Papa


Roma (RV) - O patriarca caldeu de Bagdá, Dom Louis Raphaël I Sako, recebeu, nesta segunda-feira (27/7), em Jelsi, província de Campobasso, sul da Itália, o Prêmio internacional “La traglia, etnie e comunità”, instituído em defesa das minorias.

Em entrevista à Rádio Vaticano, referindo-se à difícil situação no Iraque e à dura realidade na qual vive a Igreja no País do Golfo Pérsico, o Patriarca a define “uma Igreja de mártires”.

Sentimos a proximidade do Papa e a oração dos cristãos, mas precisamos de uma intervenção internacional para derrotar o terrorismo do Estado islâmico, afirma Dom Sako. Quanto ao prêmio, eis o que disse:

Dom Louis Raphaël I Sako: “Este prêmio não é para mim, pessoalmente, mas para todos aqueles que trabalham em prol da paz, em favor do diálogo. A meu ver, é dado a todos, não somente aos cristãos, mas também aos muçulmanos que querem um mundo melhor, um mundo em que todos possam viver na alegria e com dignidade.”

RV: Qual é a situação dos cristãos e como vive, hoje, a Igreja iraquiana?

Dom Louis Raphaël I Sako:- “Os cristãos pagam o preço desta guerra sectária entre sunitas e xiitas, mas também da guerra no Oriente Médio. A identidade desta Igreja é de uma Igreja mártir.”

RV: Qual tem sido a atuação da comunidade internacional, e em que ela pode fazer mais?

Dom Louis Raphaël I Sako:- “É uma política em busca dos interesses econômicos e não do bem-estar das pessoas: eles não buscam a paz. Fabricar armas significa fabricar também guerras. É preciso uma renovação da política e da economia, mas também da religião. Os muçulmanos devem fazer uma leitura no seio do Islã para redescobrir a mensagem positiva pela vida humana, o respeito pela dignidade da pessoa.”

RV: Como combater o terrorismo do Estado Islâmico?

Dom Louis Raphaël I Sako:- “É preciso uma ação efetiva, internacional, porque estes países sozinhos não podem combater o EI, que é um Estado: tem dinheiro, vende petróleo, tem armas e um crescente número de jihadistas.”

RV: O que os cristãos do mundo inteiro podem fazer por vocês?

Dom Louis Raphaël I Sako:- “Podem ajudar, mas aquilo de que mais precisamos é a amizade, a solidariedade, a proximidade. Diria que a oração pode fazer um milagre, mudar o coração destes homens: a conversão, a reconciliação entre os políticos.”

RV: Os cristãos iraquianos sentem a proximidade do Papa Francisco?

Dom Louis Raphaël I Sako:- “Sim, sim, mas esperam uma visita pastoral dele. Precisamos de sua presença entre nós, de modo que nos dê muita força, esperança, não somente aos cristãos, mas a todos. O Papa é um símbolo não somente para os cristãos – é uma autoridade internacional, espiritual e moral –, e todos esperam essa presença no meio de nós. Poderá nos dar muita força para perseverar e não resignar.” (RL)








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