Biblioteca Vaticana, uma ponte com a China


Cidade do Vaticano (RV) – Uma Biblioteca também pode construir pontes. É o que se propõe a Biblioteca Apostólica Vaticana com a mostra “O mundo visto da China” a ser inaugurada na próxima quarta-feira (29) em Macau, onde serão expostas, entre outros, reproduções de mapas provenientes do Vaticano. A iniciativa – reportada pelo L’Osservatore Romano – insere-se no âmbito do II Simpósio Internacional “Global Mapping of Macau”. A exposição em Macau é o primeiro fruto de uma colaboração entre a Biblioteca Vaticana e a local Universidade de Ciência e Tecnologia.

“A primeira notícia da existência de material chinês na Biblioteca Apostólica Vaticana remonta a 1576-1577”, escreve no Catálogo da mostra o Arcebispo Jean-Louis Brugues,  arquivista e bibliotecário da Santa Romana Igreja. “Hoje a coleção chinesa  compreende cerca de sete mil peças. Destas, cerca de duas mil são manuscritos e livros impressos sobre blocos de madeira com data anterior a 1911, seiscentos livros impressos remontam ao período republicano que durou até 1949 e outros mil foram publicados após aquela data”, explica.

Além de livros e manuscritos, existem no acervo da Biblioteca Apostólica “centenas de mapas, bordados, esculturas de marfim, fotografias e cerca de três mil moedas”, enquanto “os livros desta coleção de maior interesse e mais famosos são aqueles elaborados por missionários. Jesuítas, franciscanos, dominicanos , além de missionários de outras Ordens religiosas, escreviam diretamente em chinês ou com a ajuda, por vezes, de colaboradores chineses. Na Biblioteca Apostólica Vaticana existem hoje 487 obras deste tipo, que cobrem uma vasta gama de temas”, observou o arquivista e bibliotecário.

A coleção contém catecismos – criados para apresentar a religião católica aos chineses –, tratados sobre questões como a amizade ou a política, gramáticas de língua chinesa e obras que introduziam a ciência e a tecnologia ocidental na China, especialmente o estudo da astronomia. Outros volumes, não escritos por missionários, mas frequentemente por estes recolhidos e anotados, contém os clássicos da literatura chinesa, obras científicas e populares enciclopédias dos séculos XVI e XVII.

Entre os livros modernos da coleção de particular importância estão os relativos à história da Igreja Católica na China e a relação entre Oriente e Ocidente. Também significativa é a coleção de moedas chinesas. Entre os mapas, os mais importantes são os celestes e geográficos, feitos pelos primeiros missionários, entre os quais a famosa carta do mundo de Matteo Ricci, de 1602. (JE/OR)








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