São Felipe Néri, terceiro Apóstolo de Roma


Cidade do Vaticano (RV) – Em 21 de julho de 1515 nascia em Florença Felipe Néri. Ao transferir-se para a cidade do Papa, deu início a uma extraordinária experiência de caridade entre os pobres, permeada por uma alegria e uma espontaneidade que acabou caracterizando o seu apostolado. Em 26 de maio passado, o Papa Francisco desejou recordar este aniversário com uma mensagem.

Terceiro Apóstolo de Roma

Pedro e Paulo, e Felipe. Há 500 anos os “Apóstolos de Roma” são três. De fato, os romanos passaram a ter um amor especial por um homem nascido em Florença, mas renascido em Roma entre as Praças da Cidade Eterna e as vielas mais degradadas. Quando Felipe Néri chega a Roma em 1534, é como se uma luz fosse acesa na escuridão da miséria que se aninha entre as glórias da Ara Pacis e os lustres travertinos dos palácios da nobreza. O centro da Urbe tem o rosto desajeitado das periferias e justamente ali Felipe irá morar, num pequeno quarto, em São Jerônimo, na Via Giulia. De dia, com o rosto simpático e o coração alegre, leva o calor de Deus a quem encontra, sem nem mesmo ser ainda um sacerdote. O acompanha um pedaço de pão, quando possível, ou um carinho na fronte, um carinho sussurrado a quem se lamenta sobre as macas do Hospital dos Incuráveis. De noite, em seu quarto, uma alma ardente, entra num profundo diálogo com Deus.

O sorriso

Isto – recorda o Papa na sua mensagem pelos 500 anos de nascimento do Santo – o torna um “apaixonado anunciador da Palavra de Deus”. Este é o segredo que fez dele um “escultor de almas”. A sua paternidade espiritual – observa Francisco – transparece em todo o seu agir, caracterizado pela confiança nas pessoas, por fugir dos tons foscos e carrancudos, pelo espírito de júbilo e de alegria, pela convicção de que a graça não suprime a natureza, mas a cura, a robustece e a aperfeiçoa. “Se aproximava aos poucos, agora deste, depois daquele e todos eles tornavam-se seus amigos”, conta o seu biógrafo e o Papa comenta: “Amava a espontaneidade, fugia dos artifícios, escolhia os meios mais divertidos para educar nas virtudes cristãs, ao mesmo tempo que propunha uma saudável disciplina que implica no exercício da vontade para acolher Cristo no concreto da própria vida”.

O Oratório

Tudo isto fascina a quem, conhecendo Felipe, quer fazer como ele. O Oratório nasce assim, entre abrigos fétidos perfumados no dia-a-dia por uma caridade feita de carne e não por um projeto desenhado no papel e caído do alto como uma esmola dada friamente. “Graças ao apostolado de São Felipe – reconhece o Papa Francisco – o compromisso pela salvação das almas voltava a ser uma prioridade na ação da Igreja; se compreende novamente que os Pastores deveriam estar com o povo para guiá-lo e confirmá-lo na fé”. E pastor torna-se ele mesmo, que em 1551 é ordenado sacerdote sem que isto mude sua vida e estilo. Com o tempo, em torno a ele, toma corpo a primeira comunidade, a célula da futura Congregação que em 1575 recebe o placê de Gregório XIII”

“Sejam humildes, sejam pequenos”

“Filhinhos, sejam humildes, sejam pequenos”, repete aos seus, Padre Felipe, que recorda que para ser filhos de Deus, “não basta somente honrar os superiores, mas se deve também honrar os iguais e os inferiores, e procurar ser o primeiro a honrar”. “É melhor obedecer ao sacristão e ao porteiro quando chamam, que estar no quarto em oração”, dizia. Felipe Néri, o terceiro Apóstolo de Roma, fecha os olhos nas primeiras horas de 26 de maio de 1595. Nunca apagou, porém, o dinamismo de seu amor e, na Roma que se preparara para o Jubileu da Misericórdia, parece que se repete: “Não é tempo de dormir, porque o Paraíso não é feito de poltronas”.(JE/ACa)








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