Cautela e apreensão pelo desaparecimento de franciscano na Síria


Yacoubieh (RV) –  O desaparecimento do sacerdote franciscano iraquiano Dhiya Azziz – pároco do povoado sírio de Yacoubien – levado no último sábado por milicianos de organizações jihadistas que atuam na região, permanece cercado de incertezas. O sentimento entre os membros da comunidade paroquial e dos confrades da Custódia Franciscana da Terra Santa é de apreensão e cautela pela sorte do religioso.

Um comunicado divulgado na segunda-feira pela Custódia, informava que o sacerdote havia sido levado por uma brigada de milicianos para “um breve encontro” com o Emir que exerce a autoridade na região, atualmente sob domínio da Frente al-Nusra, braço sírio da al-Qaeda. Num momento sucessivo, dois milicianos foram enviados à paróquia para buscar os remédios do frei, que sofre de diabete e tem problemas de saúde. Este detalhe – sublinham fontes locais contactadas pela Agência Fides – traz esperanças, pois confirma que o Padre Dhiya está vivo e poderá administrar seus problemas de saúde. O que causou perplexidade foi a total falta de informações sobre o motivo do seu desaparecimento.

Padre Dhiya Azziz, iraquiano, havia escolhido voluntariamente servir na paróquia latina de Yacoubien, na Província de Idlib, em um distrito há muito em mãos de grupos jihaditas, que implementaram na região instituições administrativas e judiciárias encarregadas de gerir a “nova ordem” política islamista. Enquanto os sacerdotes e religiosos de outras Igrejas e comunidades cristãs abandonaram a região, em Yacoubieh e no povoado vizinho de Knayeh permaneceram abertas as duas paróquias confiadas aos franciscanos, que continuam a desenvolver o serviço pastoral nas comunidades, reduzidas a poucas centenas de fieis.

O sacerdote, que sempre se manteve afastado de questões políticas e militares ligadas ao conflito sírio, continuou a exercer seu serviço pastoral e a promover iniciativas de solidariedade concreta também em favor dos refugiados muçulmanos chegados naqueles povoados cristãos. Para continuar a desenvolver a sua missão, submeteu-se às disposições impostas pelos jihadistas que proíbem a exposição externa de cruzes e de estátuas de santos, assim como o som dos sinos. Justamente em função deste respeito pelas regras impostas pela “nova ordem islâmica” que seu desaparecimento torna-se enigmático.

Em outubro passado, outro franciscano, Hanna Jallouf OFM, Pároco da Igreja de São José, no vizinho povoado de Kanyeh, havia sido levado junto com alguns paroquianos por jihadistas do al-Nusra. Naquela ocasião, o sacerdote entrou com um recurso no “tribunal islâmico” local para denunciar a expropriação e saque na sua paróquia por milicianos. Poucos dias após todos foram libertados, mesma sorte que se espera para Padre Dhiya. (JE)








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