Catedral de Monreale: novo Patrimônio da Humanidade


Monreale (RV) – A Catedral de Monreale, na Sicília acaba de entrar para a lista dos patrimônios da humanidade. Ao receber a notícia, o arcebispo de Monreale, Dom Michele Pennisi declarou: “Expresso minha profunda satisfação pelo fato de a Catedral desta cidade ter sido inserida na “World Heritage List” da Unesco como Patrimônio da Humanidade.

“Faço votos, diz ainda o arcebispo, que “neste templo de ouro” se continue a conjugar a atividade de culto com a acolhida dos peregrinos e turistas, em um clima de respeito. Espero que possa haver ainda uma sinergia entre a Arquidiocese, a Paróquia, a Prefeitura de Monreale e as outras instituições, a fim de que este este importante bem cultural possa ser salvaguardado e valorizado”.

Dom Pennisi, conclui a nota, auspicia que a iniciativa da Semana da Musica Sacra de Monreale possa ser retomada, ao entrar em função seu órgão monumental, gravemente danificado durante o último temporal, cujos raios atingiram o pináculo da Catedral”.

A Catedral

A Catedral de Monreale é uma das mais importantes construções sacras da cultura normanda na Itália. A igreja é dedicada a Santa Maria Nova. Sua construção teve início a partir de 1174, por ordem de Guilherme II da Sicília.

A lenda narra que, certo dia, Guilherme adormeceu sob uma árvore no campo e a Virgem Maria lhe apareceu, em sonho, e lhe disse: "Neste lugar onde dormes está escondido o maior tesouro do mundo. Escava-o e com ele constrói um templo em minha homenagem".

Ao acordar, seguindo o mandado de Nossa Senhora, o rei mandou escavar o local e ali encontrou um tesouro de moedas de ouro, que foram empregadas para a construção do santuário.

Para a sua decoração, foram chamados mestres árabes, venezianos e bizantinos, especializados na técnica de mosaico, cobrindo a abside e as paredes com painéis de excepcional valor artístico.

Características

A fachada possui um pórtico renascentista com três grandes arcos, acrescentado, entre 1547 e 1569, por obra de Giovanni Domenico Gagini e Fazio Gagini, que oculta o frontispício primitivo, decorado com mosaicos, relevos e portas de bronze de Bonanno Pisano e Barisano de Trani. Aos lados se erguem duas torres quadradas assimétricas, ladeando o frontão recuado, decorado com arcos entrelaçados em relevo.

O interior

O amplo interior se divide em três naves, seguindo o esquema das basílicas católicas italianas, integrando características da arquitetura ortodoxa em áreas como o coro tripartido. A colunata monolítica no interior é possivelmente originária de construções mais antigas, e suporta uma série de grandes arcos que separam as naves. Os capitéis coríntios datam do período clássico.

O teto tem caibramento aparente em madeira ricamente decorada. Separada da nave por um transepto está a capela-mor, de forma absidal e teto em meia-cúpula, com uma janela única ao centro da parede de fundo e um altar-mor do século XVIII de Luigi Valadier, de refinada construção em metais preciosos.

A característica mais notável da construção é a sua decoração interna em mosaicos policromos e dourados, uma obra-prima da técnica, cobrindo quase em totalidade o interior, com um extraordinário efeito de conjunto, mostrando frisos geométricos, medalhões e diversas imagens de santos e anjos, com inscrições em grego e latim, e ilustram vários episódios da Bíblia.

De todas as cenas se destaca o monumental Cristo Pantocrator na capela-mor, com a Virgem e o Menino, santos e anjos abaixo. O piso também merece atenção pelo refinado trabalho em mosaico de mármore e pórfiro, numa técnica conhecida como “opus alexandrinum”, completado somente no século XVI.

No interior encontra-se o magnífico sarcófago de pórfiro de Guilherme II, da mesma época da catedral, o da sua esposa e seus dois filhos, além de uma urna com as vísceras de São Luís de França.

Nos séculos XVII e XVIII foram acrescentadas duas capelas barrocas, embora mais tarde tenham sido isoladas do corpo da igreja. O coro foi parcialmente destruído por um incêndio em 1811, danificando os mosaicos, os órgãos e o forro, reconstruídos poucos anos após, embora com técnica e gosto bastante inferiores aos originais.

Claustro

Ao lado da Catedral situam-se o Palácio Arquiepiscopal e o Mosteiro Beneditino, rodeados de uma grande muralha e torres. Mais tarde o complexo sofreu profundas remodelações, restando pouco da arquitetura normanda primitiva, salvo alguns torreões e o belo claustro, um dos mais significativos da Itália por suas dimensões e rica decoração de mosaicos e colunas duplas, cujos capitéis são todos diferentes entre si. (MT/agências)








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