Mais de 2 milhões passaram diante do Sudário em 2015


Turim (RV) – Uma missa celebrada pelo Arcebispo de Turim Dom Cesare Nosiglia, na Festa de São João Batista, Padroeiro da cidade, concluiu ontem (24), após 67 dias – a exposição do Santo Sudário.

Na manhã desta quinta-feira  foi apresentado o balanço deste histórico evento, enriquecido pela visita do Papa Francisco. Foram mais de dois milhões os peregrinos e visitantes, provenientes de 146 países, dos cinco continentes. Um evento seguido por 1.200 jornalistas, 200 deles do exterior. O Presidente da Comissão diocesana para o Sudário, Padre Roberto Gottardo, falou à Rádio Vaticano sobre a atmosfera humana e espiritual que acompanhou esta Exposição 2015::

“O primeiro aspecto que certamente como turinense me permito de destacar é como a cidade muda o seu rosto durante a exposição, pela grandíssima presença de peregrinos da Itália, mas também do exterior, provenientes de países que normalmente não frequentam Turim. Ver tradições e línguas diferentes cruzando-se na cidade. Ver grandes grupos de russos, de poloneses, de japoneses....é certamente não habitual. Portanto, uma cidade que muda de rosto pela influência deste evento que nasce da fé, da Igreja, mas que depois se abre e torna-se um evento citadino, rico de motivos de cultura, motivo de reflexão para todos, além de qualquer confissão”.

RV: Um evento, portanto, que possibilita o recolhimento pessoal, mas também é uma ocasião para encontrar outras pessoas na espiritualidade?

“Sim, certamente o peregrino pode ter vindo como indivíduo ou ter vindo como parte de um grupo. Em qualquer dos casos, o Sudário foi o que uniu este conjunto de pessoas, que não se conheciam, vindas de diversos lugares, com motivações diferentes, mas de qualquer modo reunidas pelo desejo de parar diante daquela face. O Sudário colocou juntas, pessoas que partiram de experiências diferentes. De fato, aqui tivemos seja fieis cristãos, como simples curiosos. Porém, todos foram interrogados, chamados, tocados pela imagem que fala do rosto de Cristo, antes de qualquer consideração científica, mas simplesmente pelo que se vê impresso naquele manto”.

 

RV: Em particular doentes, deficientes e jovens foram colocados no centro desta exposição 2015, justamente por desejo de Dom Nosiglia...

“Esta foi a particularidade desta exposição. Pode surpreender um pouco esta associação de dois mundos que parecem tão distantes, o da juventude e o da doença e da deficiência. Eu penso que, pelo contrário, a escolha não tenha sido casual e reflete também um chamado que já conhecemos bem do Papa Francisco e é o das periferias, pois estes dois mundos podem ser considerados como uma “periferia”. O mundo da doença e da deficiência seguramente não está, infelizmente, em tantas ocasiões, no centro de nossas atenções, preocupações, e às vezes também o doente, o deficiente é mais marginalizado como uma pessoa a quem é necessário oferecer possibilidades, serviços, e mais raramente como uma pessoa que, pelo contrário, tem algo a dar ou oferecer à comunidade, exatamente como todos. E isto tentamos fazer com a exposição. O outro mundo, o da juventude, infelizmente este também é uma “periferia”. Conhecemos os dados sobre o desemprego juvenil e no geral, estes jovens são tão procurados e sedados como consumidores, o quanto são ignorados como sujeitos e protagonistas da sociedade. E portanto, duas ‘periferias’ que o Papa nos convida, não somente a olhar, mas a colocarmo-nos naquelas periferias para olhar o mundo daquele ponto de vista”.

RV: A presença do Papa Francisco diante do Sudário. O que acrescentou, o que suscitou?

“Certamente, foi a grande confirmação de outro Papa diante do Sudário e este gesto, de qualquer modo, indica a realidade do Sudário como algo de significativo para a Igreja, para a fé e não somente para esta, mas para todas as pessoas, os homens e as mulheres, que estão em caminho em suas vidas e buscam um significado, buscam um amor e um olhar, um abraço de misericórdia, como sempre nos recorda o Papa Francisco. E portanto, ainda uma vez, nos vem confirmado este significado do Sudário, que na sua humildade, na sua simplicidade e silêncio, permanece como um sinal e um auxilio”. (JE)








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