Papa incentiva participantes de encontro católico-budista


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa recebeu na manhã desta quarta-feira (24/06), antes do início da Audiência Geral, um grupo de participantes do encontro católico-budista em andamento em Castel Gandolfo. "Agradeço por esta visita que trago no meu coração, visita d efraternidade, de diálogo e também de amizade. E isto faz bem, isto é salutar. Neste momento histórico tão ferido pelas guerras, estes pequenos gestos são semente de paz e de fraternidade", declarou Francisco.

Encontro

“O diálogo entre católicos e budistas representa uma parte de nossa busca em andamento para compreender o mistério de nossa vida e a Verdade suprema", disse o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, abrindo na manhã desta terça-feira (23/06) o encontro que é promovido pela Conferência Episcopal dos Estados Unidos em parceria com o Movimento dos Focolares, em Castel Gandolfo, próximo a Roma. 

Participam do evento 46 católicos de várias cidades dos Estados Unidos e líderes budistas comprometidos com o desenvolvimento de uma colaboração fraterna com a Igreja Católica nesse país. O tema do encontro é “Sofrimento, libertação e fraternidade” e tem como objetivo desenvolver a colaboração recíproca a fim de enfrentar os problemas sociais das pessoas nas várias comunidades. 

A Rádio Vaticano entrevistou o teólogo especialista em estudo comparado de textos de várias religiões, Frei Leo D. Lefebure.

Frei Lefebure: “O projeto mais importante é o de ser amigos e ajudar o mundo. Consideramos os temas que ecoam nas tradições cristã e budista, sobretudo o sofrimento e o fim do sofrimento. Um aspecto do Buda é: ‘Ensino o sofrimento e o fim do sofrimento’. Podemos ver todo o caminho budista como a maneira para dar um nome ao que na existência humana caminha mal; ao modo em que causamos um sofrimento não necessário a nós mesmos. Então o Buda, como  bom médico, oferece a receita para um caminho que vai além do sofrimento. Católicos e budistas se diferem em muitos temas fundamentais. No entanto, as nossas virtudes e os nossos valores básicos muitas vezes se convergem em níveis muito elevados.”

Do ponto de vista prático, quanto trabalho foi feito nesse âmbito?

Frei Lefebure: “Houve uma boa colaboração, dentre elas o compromisso pela paz. Thích Nhất Hạnh foi aos Estados Unidos muitos anos atrás, durante o conflito no Vietnã, e estreitou amizade com pessoas como Thomas Merton, Martin Luther King Junior e Daniel Barragan. Existe uma história longa de encontros entre budistas e católicos contra a violência e em favor da transformação pacífica dos conflitos.”

Durante muito tempo os budistas não viram dentro do mundo católico grande espaço para o diálogo teológico, mas isto está mudando.

Frei Lefebure: “Sim, alguns cristãos e católicos exploraram profundamente as tradições budistas. Um certo número experimentou formas de meditação budista e descobriu que a sua vida como católico melhorou depois disso. Existem diferenças teóricas fundamentais, mas também ali é importante observar as áreas em que existem pontos de convergência.” (MJ)








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