Dia da Criança Africana destaca os casamentos precoces

Nova York (RV) - Celebra-se, nesta terça-feira (16/06), o Dia da Criança Africana.
 
Por ocasião desse dia, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) recorda o fenômeno dos casamentos precoces e faz um apelo para por fim a esta prática.

Mais de 700 milhões de mulheres no mundo se casaram crianças e algumas antes de completarem 15 anos. A África subsaariana possui um dos índices mais elevados de casamentos precoces no mundo, com 40% de jovens que se casam ao completar 18 anos.  

Se essa tendência persistir, até 2020, 142 milhões de meninas se casarão antes de completarem 18 anos, e até 2030 o número de meninas casadas antes de atingirem a maior idade chegará a 15 milhões por ano.

Hoje, pela primeira vez, o twitter do Unicef é administrado por 5 jovens ativistas africanas provenientes do Chade, Níger, Serra Leoa, Somália e Uganda que contarão suas experiências de casamento precoce. 

“Os casamentos precoces tiram das meninas sua infância e deixam cicatrizes em suas vidas para sempre”, disse a responsável pelo Unicef para a proteção das crianças, Susan Bissel. 

“As meninas casadas muitas vezes param de estudar. Elas têm mais probabilidade de morrer por causa de complicações durante a gravidez e passam por violências terríveis, exploração e abuso. Essas jovens ativistas são faróis de esperança. É preciso que todas as componentes da sociedade sigam o seu exemplo e tomem o mais rápido possível medidas para proteger as pessoas em risco”, disse ainda Bissel.

O Dia da Criança Africana recorda o protesto realizado, em 1976, em Soweto, África do Sul, quando milhares de meninos e meninas  em idade escolar saíram às ruas pedindo uma melhor qualidade de ensino. Mais de cem crianças foram mortas e milhares ficaram feridas. O evento este ano quer acelerar os esforços para por fim ao casamento precoce na África.

É possível acompanhar as jovens ativistas no twitter @UNICEF utilizando as hashtag: #youthtakeover #endchildmarriage. (MJ)