Cruz Vermelha abre arquivos do período 1966-1975


Genebra (RV) – Os arquivos da Cruz Vermelha Internacional relativos ao período 1966-1975 estão agora abertos ao público na sede da organização, na Suíça. O vasto catálogo de imagens, vídeos, áudios e documentos inclui arquivos de importantes eventos históricos.

Há documentos sobre a Guerra do Vietnã e o golpe militar contra o Presidente Salvador Allende, no Chile, assim como a Guerra da Nigéria-Biafra e a ditadura militar na Grécia. Destaque também para os arquivos do período das independências das ex-colônias portuguesas na África e da Guerra Fria.

“Os pesquisadores poderão acessar ainda documentos sobre outros conflitos internacionais como o Israel-Palestino, mais conhecido como Guerra dos Seis Dias ou Guerra do Yom Kippur. Também estão disponíveis registros sobre conflitos civis. Um dos mais emblemático é a guerra civil no Iêmen entre 1960 e 1970”, diz o historiador da Cruz Vermelha, Daniel Palmieri.

Papa Paulo VI

Entre 1968 e 1970, a província cristã de Biafra, na Nigéria, lutou pela sua independência diante de um país de maioria muçulmana. A revolta imediatamente chamou a atenção das Igrejas e, como resultado da Guerra Civil, a Cruz Vermelha foi envolvida em uma de suas maiores operações humanitárias desde o final da Segunda Guerra Mundial .

No dia 21 de julho de 1968, durante a alocução do Angelus, o Papa Paulo VI recordava aos presentes na Praça São Pedro o conflito africano. “Me refiro especialmente a Biafra (...) hoje abalada pela guerra civil, com pessoas famintas e morrendo de fome. Também a Igreja, por meio das nossas obras de caridades, junto com a Cruz Vermelha e outras iniciativas, enviou ajudas alimentares e medicamentos, apesar dos não poucos riscos e dificuldades”.

Abertura

A Cruz Vermelha mantém um período de 40 anos de fechamento para arquivos gerais e de 60 anos para arquivos especiais como depoimentos pessoais ou informações médicas. A grande maioria dos documentos relativos ao período de abertura, cerca de 16 mil ou 97% do total, estão sendo abertos após quatro décadas. Os demais serão abertos dentro de 20 anos. O inventário indica todavia quais são os documentos existentes na totalidade.

Dentre os documentos abertos estão comunicações de enviados da Cruz Vermelha, de Governos, assim como arquivos de comunicações com as Igrejas e com as Nações Unidas e de tomadas de decisões da Cruz Vermelha. (RB)








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