Protestos na Nicarágua contra polêmico Canal Interoceânico


Manágua (RV) – Foram retomadas as discussões sobre o polêmico projeto  do Grande Canal Interoceânico da Nicarágua, destinado a ligar os Oceanos Atlânticos e Pacífico. O Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio Baez, diz que o problema de fundo é a falta de transparência por parte do Governo sobre o projeto completo, apresentado nos últimos meses à população como “projeto nacional”. A obra deve desalojar 30 mil pessoas.

Os debates desta vez, versam sobre a salinidade e a exploração do Lago Nicarágua, principal bacia hídrica do país e que abriga uma rica fauna aquática. A opinião pública e alguns estudiosos contestam os estudos apresentados pela HKND Group, empresa responsável pelo projeto.

Em relação ao “projeto do Canal como Nacional”, Dom Baez afirmou que neste momento  isto não corresponde à realidade, “pois a população não participou da decisão”. O prelado também criticou o fato que até agora não tenha sido tornado público o conteúdo dos estudos de impacto ambiental, que foram apresentados à Comissão do Grande Canal.

Segundo dados recolhidos pela Agência Fides, o Governo da Nicarágua havia se comprometido em analisar os 14 volumes apresentados sobre “Estudos de Impacto Ambiental e Social” (EIAS) em um período de 120 dias, mas até o momento não se manifestou a respeito. A Conferência Episcopal Nicaraguense expressou em diversas ocasiões o deslocamento da população atingida pelo projeto e pelas repercussões sobre o ambiente.

No domingo (14/06), milhares de manifestantes reuniram-se na cidade de Juigalpa, região central da Nicarágua, para protestar contra o projeto. Os opositores à construção da obra, na maioria agricultores cujas terras se situam no planejado canal, vieram de todo o país para. Estima-se que 15 mil pessoas participaram do protesto.

A empresa chinesa Hong Kong Nicarágua Canal Development (HKND) planeja investir 40 bilhões de dólares para que, já em 2019, os primeiros navios possam passar pelo canal. (JE)








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