Adoradores da lua, cristãos e muçulmanos


Dubai (RV) - Amigas e amigos ouvintes da Rádio Vaticano, recebam uma saudação de Dubai, nas Arábias. Hoje discorreremos sobre os adoradores da lua, cristãos e muçulmanos nos desertos da Arábia.

Fazer a experiência de passar uma noite no mar, num deserto ou mesmo num lugar afastado dos centros urbanos, contemplando a lua e as estrelas longínquas é sempre uma experiência que inclui a religião. Tanto é verdade que muitas religiões conferiram aos planetas e estrelas, status de divindade.

Muitas tribos do Sul da Arábia adoraram a lua e os astros. Algumas adoravam o sol que faz sua entrada triunfal no céu, em cada manhã, na cidade de Al Dur, o mais populoso assentamento na região do Golfo Pérsico, no tempo do nascimento de Cristo.

Os povos do Golfo também adoraram Jesus Cristo. Na região onde está o país dos Emirados Unidos, foram encontradas diversas ruínas de igrejas cristãs. Destaca-se a existência de um mosteiro nestoriano, nas proximidades de Dubai, cujas ruínas foram descobertas recentemente. Os monges viviam isolados, com pouca água e vendiam pérolas para seus co-irmãos, na Índia. O mosteiro atingiu seu apogeu no século VIII, posterior à chegada do Islã. Contudo, o cristianismo na Arábia esvaeceu no século IX.

O Islamismo chegou ao sul da Arábia por meio de uma carta escrita pelo profeta Maomé. No ano 630, o profeta enviou um missionário para Omã a fim de fazer um convite exigente para que toda a população se convertesse. Os habitantes de Omã consideraram a mensagem  muito forte para ser ignorada. Por isso, o príncipe enviou uma delegação à Medina com a incumbência de dizer ao profeta Maomé que os omanis abraçavam o islamismo.

A conversão ao islamismo, porém, não foi unânime. Os adoradores do ídolo Bajir desconfiavam da nova religião. Surgiu um clima de confusão após a morte de Maomé em 632. O xeque Laqit Bin Malik aproveitou o caos para reverter a conversão e anunciou o desligamento do Islã.

O fato custou caro ao povo de Omã e à região onde hoje estão os Emirados Árabes Unidos. O sucessor de Maomé, o califa Abu Bark, enviou homens armados com a missão de massacrar quem não se convertesse ao islamismo. Além de eliminar centenas de pessoas, o grupo destruiu também os mercados. A partir de então toda a região  transformou-se em cem por cento islâmica, adotando também a língua árabe.

 A uniformidade de religião e de língua abriu o caminho para a unidade entre as tribos árabes que estavam divididas. A partir de então, o islamismo  espalhou-se pela Arábia, ao nordeste e do outro lado do Golfo Pérsico, ocupando os vazios deixados pela queda do Império Romano. Assim, convencidos de sua grandeza a partir do deserto, os árabes desenvolveram o sentido de superioridade que dura até hoje.

Somente séculos depois, perceberam o lado negativo de seu isolamento e seu subdesenvolvimento ao comparar-se com os demais países. Inspirados na experiência de Dubai, abrem-se para o comércio, mas permanecem fechados quanto à religião.

Os beduínos continuam sendo caracterizados pelo seu orgulho de saber enfrentar dificuldades, valorizando o espirito de liberdade. Apesar das oportunidades de ter carros, aviões e outras modernidades, esses homens de mantos rústicos e cabelo comprido preferem a vida nômade em suas tendas.

Amigos e amigas, a história nos ensina que: "Não haverá paz entre as nações, sem uma paz entre as religiões".  Hans Kung

Até a próxima.

Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.








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