Santa Sé defende investimentos locais nos países imigrantes


Genebra (RV) – O Observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Genebra, Arcebispo Silvano Tomasi, defendeu nesta quinta-feira, (04/06), a criação de postos de trabalho nos países de origem dos imigrantes diante dos elevados índices de desemprego nessas regiões.

 “A Santa Sé propõe como solução para essa situação um aumento na rede de solidariedade e cooperação entre os membros da Comunidade internacional e a multiplicação de esforços para melhorar a situação econômica e social nos países de origem dos imigrantes”, afirmou Dom Tomasi.

Poucos com muito, muitos com pouco

O arcebispo ocupou a plenária do Palácio das Nações no contexto da Conferência Internacional do Trabalho, que terminará no próximo dia 13. Dom Tomasi apresentou recentes dados da ONG inglesa OXFAM que revelam que, em 2014, 1% da população global detinha 48% da riqueza mundial, deixando a outra metade a 99% dos habitantes do planeta.

O Observador permanente recordou ainda que são necessários mais de 280 milhões de novos postos de trabalho para preencher a lacuna do desemprego em nível mundial. Dom Tomasi destacou a problemática do desemprego juvenil: ao menos 74 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estavam à procura de trabalho em 2014.  E alertou para uma preocupante realidade:

Jovens desocupados

 “O crescente aumento das taxas de desemprego entre jovens é um fator determinante para os dramáticos índices de imigração e também para um expansão do número de voluntários que passam a fazer parte de grupos extremistas violentos”.

Trabalho infantil

O arcebispo apresentou as mais recentes estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o trabalho infantil: 78 milhões de crianças deixaram de trabalhar nos últimos 15 anos. Todavia, 168 milhões ainda são submetidas às mais variadas formas de trabalho infantil. Todos os anos, cerca de 22 mil crianças morrem em acidentes de trabalho.

Dom Tomasi concluiu seu discurso dizendo que o trabalho não deve ser considerado “simplesmente como algo que gere lucro, mas algo que afeta o homem como um todo e sua dignidade”.

E evocou um trecho da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium de Papa Francisco como única maneira de criar um crescimento econômico que seja realmente inclusivo.

“Não podemos mais confiar nas forças cegas e na mão invisível do mercado. O crescimento equitativo exige programas, mecanismos e processos especificamente orientados para uma melhor distribuição das entradas, para a criação de oportunidades de trabalho, para uma promoção integral dos pobres”. (RB)








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