Nicarágua: crianças deixam a escola para trabalhar


Blufields (RV) - Blufields é o maior município da província autônoma da costa atlântica da Nicarágua. É também a região mais pobre de um país pobre, onde a evasão escolar e o trabalho infantil continuam aumentando vertiginosamente. A relação entre estes dois fenômenos é muito estreita e tem como origem comum a pobreza. De fato, a Nicarágua é um país de 6,1 milhões de pessoas, o segundo mais pobre da América, depois do Haiti.

Segundo o Unicef, existem no país mais de 2 milhões de crianças em idade escolar, e a metade de todas as crianças e adolescentes são pobres. O organismo da ONU estimou que 500 mil menores nicaraguenses de idade entre 3 e 17 anos não fazem parte do sistema educativo. A maioria vive em áreas rurais; são crianças pobres, indígenas ou portadoras de deficiências.

O estudo mais recente do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos demonstrou que a aplicação, por parte do governo da Nicarágua, de algumas leis sobre o trabalho não foi suficiente e que as estratégias de combate ao trabalho infantil e a tutela das crianças não são totalmente aplicadas. As leis do país latino-americano permitem que os menores comecem a trabalhar aos 14 anos, mas exclui ambientes perigosos como plantações de cana de açúcar, minas ou pedreiras.

As crianças têm obrigação de frequentar aulas até 12 anos. Apenas 65% dos pequenos pertencentes a famílias mais pobres concluíram o ensino fundamental, em relação aos 90% de famílias mais ricas. Nas regiões pobres da costa atlântica, onde se encontra Bluefields, apenas 58% completou os seis anos de ensino fundamental.

Nas famílias mais pobres, apenas 6% das crianças concluiu o ensino médio. (SP)








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