2015-05-25 12:43:00

A Semana do Papa de 18 a 24 de maio


Dia 18

O Papa Francisco teve na manhã de segunda-feira dia 18 um breve encontro com algumas religiosas da Terra Santa: irmãs carmelitas e irmãs do Rosário vindas de Belém a Roma para as canonizações das duas religiosas palestinianas, reconhecidas solenemente santas no domingo dia 17. O Santo Padre rezou com elas uma Avé Maria e pediu-lhes para rezarem pela paz na Terra Santa e pelos cristãos perseguidos:

“Rezar às duas novas santas pela paz na vossa terra, para que acabe esta guerra interminável e haja paz entre os povos. E rezar pelos cristãos perseguidos, expulsos das suas casas, da terra e também a “perseguição com luvas brancas”.

Ainda na segunda-feira, dia 18, o Papa Francisco falou aos bispos italianos, reunidos na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, no início da sua 68ª Assembleia Geral, centrada na Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium”. O Santo Padre disse-lhes vigorosamente para denunciarem a corrupção, pediu-lhes para não serem abstratos nos documentos pastorais e para reforçarem o papel dos leigos para que sejam responsáveis, sem necessidade de um "bispo-piloto" que os oriente.

Dia 20

Quarta-feira, 20 de maio: uma multidão entusiasmada acolheu o Papa Francisco para a audiência geral na Praça de S. Pedro. A catequese do Santo Padre foi sobre a educação dos filhos e referiu-se, desde logo, às dificuldades dos pais separados pedindo-lhes para não usarem os filhos nos seus problemas conjugais. Disse mesmo uma expressão forte: “Nunca tomeis os vossos filhos como reféns”:

“Nunca tomeis os vossos filhos como reféns. Devem crescer com a mãe falando bem do pai e vice-versa. Isso é muito importante, é muito difícil para os separados, mas é algo que se pode fazer.”

Observa-se uma crise no pacto educativo entre a sociedade e a família – observou o Papa. Basta pensar no protagonismo de certos especialistas na educação que acabam por substituir o papel dos pais na educação dos filhos.

Os pais vão-se privando da sua função, chegando a autoexcluírem-se da vida dos filhos”.  Não se trata de contentar-se com um diálogo superficial, mas de acompanhar os filhos, compreendendo-os e corrigindo-os quando necessário – sublinhou o Papa Francisco que contou uma pequena história pessoal:

“ … quando estava na 4ª classe disse uma palavra feia à professora e ela escreveu uma repreensão à minha mãe que se apresentou na escola para falar com ela. Depois chamaram-me, a minha mãe disse-me docemente que eu não me tinha comportado bem e eu tive que pedir desculpa à professora à frente da minha mãe. Fiquei a pensar que até tinha acabado bem. Mas aquele era apenas o primeiro capítulo, depois em casa começou o segundo capítulo…”

“Hoje uma professora faz algo semelhante e no dia seguinte os pais vão à escola pedir-lhe explicações, porque os técnicos disseram que não se deve repreender!”

O Papa Francisco citou as palavras do Apóstolo Paulo que recorda a reciprocidade dos deveres entre pais e filhos:

“Vós filhos, obedecei aos vossos pais em tudo; como agrada ao Senhor, Vós, pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.”

O Papa Francisco terminou a sua catequese afirmando que chegou a “hora dos pais saírem do seu exílio de educadores dos seus filhos”.

Dia 21

Quinta-feira, 21 de maio: na homilia da Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que os cristãos de hoje são chamados a pedir a graça da unidade e a lutar para que entre eles não se insinue o “espírito de divisão, de guerra e de ciúmes”.

 “Devemos ser um, uma só coisa, como Jesus e o Pai são uma só coisa. Este é precisamente o desafio de todos nós cristãos: não dar lugar à divisão entre nós, não deixar que o espírito de divisão, o pai da mentira, entre em nós. Procurar sempre a unidade. Cada um é como é, mas procura viver em unidade. Jesus perdoou-te? Perdoa todos. Jesus reza para que nós sejamos um, uma só coisa. E a Igreja tem grande necessidade desta oração de unidade”.

Dia 23

Sábado, 23 de maio: o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Paulo VI os membros da ACLI – as Associações Cristãs dos Trabalhadores Italianos por ocasião do 70º aniversário da fundação desta organização.

No seu discurso o Santo Padre referiu-se à amplitude e velocidade da reprodução atual das desigualdades, falou de precariedade e apresentou quatro dimensões do trabalho para uma vida com dignidade dos trabalhadores: o trabalho livre, criativo, participativo e solidário.

Para a grande conferência internacional sobre as mulheres que decorreu esta semana em Roma, organizada pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, o Santo Padre enviou uma mensagem desejando que se manifeste plenamente o génio feminino.

Também no sábado dia 23 de maio o Papa Francisco enviou uma carta ao Arcebispo de San Salvador, D. José Luis Escobar Alas, Presidente da Conferência Episcopal de El Salvador, por ocasião da beatificação de D. Óscar Romero.

Na sua mensagem o Santo Padre declara ser um motivo de alegria para aquela arquidiocese, a beatificação de D. Romero “que construiu a paz com a força do amor, deu testemunho da fé com a sua vida entregue até ao fim” – escreve o Santo Padre acerca deste bispo salvadorenho que foi assassinado em março de 1980 enquanto celebrava a Santa Missa.

Dia 24

Foi publicada no domingo dia 24 a Mensagem do Papa Francisco para a 89ª Jornada Missionária Mundial que acontece a 18 de Outubro próximo. O Santo Padre afirma que a missão não é “proselitismo”, nem “mera estratégia” , mas sim parte da “gramática da fé”, e por conseguinte, Paixão por Jesus, pelas gentes e pelo Evangelho. Neste Ano da Vida Consagrada e no 50º aniversário do Decreto conciliar “Ad Gentes”, o Papa chama a atenção para a forte ligação entre a missão e os consagrados, recordando que “quem segue Cristo não pode senão tornar-se missionário”.

No domingo dia 24 de maio na Missa de Pentecostes na Basílica de S. Pedro, o Papa Francisco afirmou que o mundo precisa de homens e mulheres repletos do Espírito Santo e recordou a primeira discípula de Cristo, Maria, Mãe de Jesus:

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas». Juntamente com eles, estava Maria, a Mãe de Jesus, primeira discípula, Mãe da Igreja nascente. Com a sua paz, com o seu sorriso e com a sua maternalidade, acompanhava a alegria da jovem Esposa, a Igreja de Jesus.”

No Regina Coeli deste domingo o Papa Francisco referiu-se aos milhares de refugiados que nos últimos dias se dirigiram para as costas da Indonésia, da Malásia e da Tailândia, precisamente enquanto tantas outras pessoas da etnia Rohingya fogem das perseguições em Myanmar.

E com o Regina Coeli deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 18 a 24 de maio. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)








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