O 'dever moral' de acolher os rohingyas. Malásia dá abrigo


Manilha (RV) – Poucas horas depois que o governo ofereceu a disponibilidade para acolher os milhares de ‘boat-people’ que foram rechaçados nas últimas semanas por países do sudeste asiático, a Conferência Episcopal filipina declarou que é um “dever moral” proteger estas pessoas de todo risco.

Em comunicado, o Arcebispo de Lingayen-Dagupan e Presidente da Conferência Episcopal, Dom Socrates Villegas, pediu abertura para acolher os refugiados que estão à deriva em mar aberto.

Legalidade e moralidade

“É verdade que as Filipinas e outros países não têm o compromisso legal de garantir asilo a refugiados ou fugitivos, mas existe a obrigação moral de protegê-los dos perigos de que fogem”.

Reconhecendo que os recursos do países não permitiriam assistência ilimitada, Dom Villegas louvou o seu governo pela disponibilidade e solicitou os outros países da área (principalmente os muçulmanos) a seguirem o seu exemplo “em nome da comum humanidade e do mesmo Pai que reconhecemos”.

Decisão da Malásia

Entretanto, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, ordenou quinta-feira (21/05) que a Marinha e o serviço de Guarda Costeira do país recuperem todos os imigrantes ilegais bengaleses e rohingyas que estão à deriva em seus mares territoriais.

“Ordenei à Marinha Real da Malásia e à Agência Malaia de Segurança Marítima que realizem operações para buscar e resgatar as embarcações de rohingyas. Temos que evitar mais mortes", escreveu o Chefe de governo no Facebook.

Essa decisão acontece depois que Indonésia e Malásia concordaram quarta-feira (20/05) em acolher temporariamente todos os bengaleses e rohingyas que se encontram à deriva em embarcações na região, se a comunidade internacional se comprometer a alocá-los em outros países ou repatriá-los no prazo de um ano.

A Tailândia, outro país envolvido na crise gerada pela imigração ilegal no Sudeste Asiático desde que lançou uma operação contra os grupos de traficantes de pessoas, também participou da reunião de ontem, mas não firmou nenhum compromisso.

Em alto mar

Calcula-se que entre 6 e 8 mil imigrantes ilegais se encontram à deriva em embarcações na região, segundo dados das agências da ONU.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), cerca de 25 mil pessoas zarparam em embarcações de Bangladesh e Mianmar, durante o primeiro trimestre de 2015, o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado.

Desde o dia 10 de maio, em torno de 3 mil bengaleses e birmaneses, grande parte deles da etnia rohingya, desembarcaram na Indonésia e na Malásia.

A primeira reação de Indonésia, Malásia e Tailândia foi evitar o desembarque dessas pessoas em seu território e várias embarcações foram escoltadas para águas internacionais, algumas sob a mira de canhões, segundo relatos de imigrantes.

Os rohingyas são uma minoria muçulmana sem cidadania reconhecida em Mianmar e Bangladesh, seus países de residência.

(CM-Agências)








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