Card. Turkson: Solidariedade por um desenvolvimento sustentável


Cidade do Vaticano (RV) – A comunidade internacional deve empenhar-se pelo desenvolvimento sustentável. Foi o que afirmou o Cardeal Peter Turkson ao pronunciar-se na manhã desta quinta-feira (14/05) na Assembleia Geral da Caritas Internationalis, em andamento em Roma. O Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz alertou para o risco de um “enfatuamento” pelo PIB, exortando os países mais ricos a promover uma economia inclusiva em favor dos mais necessitados. O purpurado reiterou ainda a necessidade de se tratar seriamente o urgente desafio das mudanças climáticas que pesam, sobretudo, às populações mais pobres. A Igreja – sublinhou o Cardeal Turkson – é “especialista em humanidade” e por isto não se cansa de chamar para um compromisso com “a justiça e a caridade”.

Comprometer-se por um verdadeiro desenvolvimento sustentável

O Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz evidenciou o paradoxo de um mundo que produz mais alimento do que seria necessário para os seus 7,3 bilhões de habitantes, e mesmo assim vê 800 milhões de pessoas passarem fome, mais de 10% da população do planeta. Por isto – observou -  é necessário que finalmente a comunidade internacional “faça como seu o conceito de desenvolvimento sustentável”, também considerando quanto as mudanças climáticas e os desastres a elas relacionados atingem, sobretudo, as populações “já prostradas pela pobreza”.

A necessidade de solidariedade

Já é tempo – exortou o Cardeal Turkson – de “abandonar” um “irracional enfatuamento pelo PIB” e a acumulação de recursos, para passar a trabalhar “juntos por um desenvolvimento sustentável, em um sistema que conjugue a prosperidade econômica à inclusão social e à proteção” do ambiente natural. Retomando as palavras do Papa Francisco, o purpurado africano advertiu que “sem uma conversão moral e uma mudança dos corações, as leis e as políticas” serão ineficazes. “Sem um fundamento ético – continuou – a humanidade será privada da coragem, da substância moral” para levar em frente propostas políticas justas. Sem dominar o individualismo e o egoísmo, disse ainda, não poderá existir um desenvolvimento sustentável”. O progresso para a sustentabilidade – afirmou – “requer, de fato, uma fundamental abertura à relação”, “à justiça, à responsabilidade, á solidariedade”. Os “cidadãos das nações mais ricas – foi ainda sua exortação – devem estar lado a lado com os pobres, quer nos próprios países, que no exterior”.

Proteger o ambiente para as gerações futuras

O Cardeal Turkson também dedicou uma parte importante de seu pronunciamento à proteção do ambiente, sublinhando que as nações ricas que se beneficiaram dos combustíveis fósseis são “moralmente obrigadas a encontrar e promover soluções para enfrentar o desafio das mudanças climáticas”. Mais ainda, “são obrigados a reduzir suas emissões de dióxido de carbono” e a comprometerem-se pelas futuras gerações e para proteger os “países pobres dos desastres provocados ou exacerbados pelos excessos da industrialização”.

Cultivar novos valores, ter a coragem de escolhas audazes

O Cardeal Turkson concluiu seu pronunciamento reiterando a importância de fazer prevalecer a solidariedade sobre a cobiça para tornar a Terra um planeta acolhedor para todas as gerações. Para isto – observou -  temos a necessidade de cultivar um novo paradigma de valores e virtudes, incluindo a conservação do ambiente, a compaixão pelos excluídos, a coragem de assumir escolhas audazes e o compromisso em trabalhar juntos pelo objetivo partilhado do bem global comum”. (JE)

 

 








All the contents on this site are copyrighted ©.