Pastoral Afro diz que abolição da escravatura é “obra inacabada”


Brasília (RV) – Neste dia 13 de maio em que decorre 127 anos da assinatura da Lei Áurea que aboliu a escravatura no Brasil, a Pastoral Afro-brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma nota que marca esta importante recorrência para a memória de lutas da população afro-brasileira.

O coordenador da Pastoral Afro-brasileira, Padre Jurandyr Azevedo de Araújo considera este dia “uma data marcante para o Brasil”, contudo ressalta que “a abolição da escravatura é uma obra inconclusa devido às precárias condições de vida da população negra”.

Para o sacerdote, a “lembrança desta data traz para a nação brasileira a oportunidade de renovar o compromisso de solidariedade para com a população afro-brasileira, majoritariamente vivendo em condições de pobreza e miséria”.

Papel da Igreja

Por meio da Pastoral Afro-brasileira, diz ainda o sacerdote, a Igreja assume uma postura de solidariedade e de defesa da população afro. “A Igreja Católica no Brasil, consciente da sua missão de ‘ser a advogada da justiça de defensora dos pobres’ coloca-se ao lado destes irmãos ainda marginalizados”.

A nota dá destaque à situação dos povos quilombolas, muitas vezes perseguidos em sua luta pela recuperação dos seus territórios. “Garantir a esta população a posse legalizada do seu território significa muito mais do que garantir um pedaço de chão. É a garantia da preservação da herança das culturas e das tradições afro-brasileiras presentes nestas populações”, afirma o texto.

Políticas públicas

De acordo com a Pastoral Afro-brasileira, uma educação básica de qualidade é um dos caminhos para aprofundar as políticas e ações afirmativas de inclusão cidadã do restante da população afro-brasileira, especialmente as crianças e jovens.

Além disso, se faz necessário, facilitar o acesso ao ensino superior público e gratuito e o atendimento qualificado nas questões de saúde.

Por fim, o coordenador da Pastoral Afro-brasileira recorda que “Jesus Cristo, aquele que revela o Deus misericordioso, nos convida ao compromisso samaritano, profético, que ilumina o compromisso eclesial com toda a população afro-brasileira, pelo atendimento qualificado nas questões brasileiras’’ e roga a proteção de Maria, sob o título de Nossa Senhora de Fátima – cuja festa também é celebrada neste dia 13 de maio – para todos os que se comprometem com a causa da população afro. (RB)








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