As eleições desta semana no Reino Unido deram uma clara indicação: o Partido Conservador deve continuar a governar com a liderança de David Cameron. Com 331 dos 650 lugares da Câmara dos Comuns os conservadores conseguiram a maioria absoluta e podem, assim, governar sozinhos.
David Cameron já iniciou a formação do novo governo, confirmando George Osborne como Ministro das Finanças, Teresa May no Ministério da Administração Interna, Philip Hammond nos Negócios Estrangeiros e Michael Fallon na Defesa. Falando junto ao nº 10 de Downing Street, David Cameron comprometeu-se a governar para todo o Reino Unido referindo-se às quatro regiões que formam o país: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. O primeiro-ministro britânico citou em concreto a Escócia afirmando querer criar “o governo descentralizado mais forte do mundo”.
Grandes derrotados destas eleições no Reino Unido são os Trabalhistas tendo-se verificado já a demissão do líder Ed Miliband. Resultados negativos também para os nacionalistas do Partido da Independência do Reino Unido e para os liberais do Partido Lib-Dem.
A Rádio Vaticano pediu uma primeira leitura destes resultados eleitorais no Reino Unido a Daniele de Luca, docente de História das Relações Internacionais na Universidade do Salento em Itália. Este especialista considera que continuará a não haver uma entrada no euro por parte do Reino Unido e diz ainda que com esta continuidade de David Cameron venceu a linha protecionista da economia britânica:
“Havia uma fortíssima corrente anti europeísta, pelo menos era o que parecia depois das últimas eleições europeias. Isto parece levar tudo para a linha de partida, porque apesar de o partido conservador não ter uma forte simpatia pela Europa, mas seguramente tem compromissos que vai manter. O reforço do governo de Cameron, provavelmente, fará com que o novo governo possa ir para as velhas linhas conservadoras de protecionismo da economia britânica. E confirmou mais uma vez a escolha de não entrar na zona euro.”
“Creio que a economia britânica continuará por este caminho. Não esqueçamos que, não obstante os governos conservadores, o estado social britânico é seguramente um dos mais fortes no apoiar as populações mais necessitadas.”
Depois de se encontrar com a Rainha Isabel II o primeiro-ministro David Cameron confirmou um referendo para o ano 2017 sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia. (RS)
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