Missionário nas Arábias: Dubai surge do deserto


Dubai (RV) - O Pe. Olmes Milani volta à programação da Rádio Vaticano. Os anos de colaboração com o Programa Brasileiro enquanto desempenhava seu trabalho em terras nipônicas resultaram no livro "Do Japão para a Rádio Vaticano". Agora, o missionário scalabriano está nos Emirados Árabes Unidos. As crônicas de Pe. Olmes irão ao ar quinzenalmente, sempre aos sábados. Confira a primeira reportagem.

Amigas e amigos ouvintes da Rádio Vaticano, é com prazer que os saúdo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Desde o final de janeiro de 2015, encontro-me em missão em Dubai, cidade que até poucos anos atrás era totalmente ignorada pela comunidade internacional. Nada de novo quanto a isso, pois enquanto uma pessoa ou um país é pobre, a mídia e os estudiosos não se sentem convidados a escrever ou dar notícia sobre eles. Isso sucede em caso de desastres ou noticias relacionadas aos aspectos negativos. Por isso pobre vira notícia quando comete contravenções e rico tem uma oportunidade de ser mais popular quando comete crimes.

Assim foi Dubai. Quem se interessava por esta região, a mais desolada do sudoeste da desolada Península Arábica? Ninguém. Até mesmo a Inglaterra, a velha protetora dos emirados, não via a hora de se desfazer deles.

Dubai, então era um vilarejo ao lado do mar, tão pobre como qualquer outro na África. Falar sobre Dubai era referir-se a um lugar numa região infestada por piratas, guerreiros sagrados e ditadores que se perpetuavam através de décadas.

Ninguém jamais pensaria que um dia, a vila situada numa franja de deserto, cercada pelo mar e areia se transformasse em cidade. Sem água corrente, gelo, rádio e estradas a ideia que qualquer observador poderia ter é que aqui não havia esperança.

Além disso, a Vila de Dubai estava parada longe do tempo. Enquanto outras nações lançavam foguetes para o espaço, aterrissavam na superfície lunar, eram engolfadas pela revolução das comunicações, os vilarejos pescavam e cochilavam. Seus habitantes e escravos mergulhavam no leito do mar, amarrados por uma corda à cata de pérolas, praticamente, a única fonte de renda.

Com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, a recessão econômica de 1929 e anos seguintes e a entrada dos japoneses no marcado com pérolas cultivadas, a economia de Dubai esvaziou-se. Fome, fuga dos escravos, grupos rivais entre si, escolas caindo eram as evidências indicativas de que não havia nada para fazer aqui. As únicas bênçãos eram a chegada de nuvens de gafanhotos que os vilarejos tostavam e comiam. Esta agonia envolveu a população até 1940.

Os vilarejos, porém confiavam na família que os governa desde 1833, os Maktoums. Esta família deu origem a homens que governariam sob a luz de três princípios: “O que é bom para os comerciantes é bom para a vila; acolhida aos visitantes, sem discriminação de religião; e, ninguém vence sem riscos.”

Esses três princípios constituem a base, a rocha do desenvolvimento econômico de Dubai na areias das Arábias.

Bem antes o Mestre ensinou com parábolas afirmando:

«Portanto, quem ouve essas minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha” MT 7,24.

Amigas e amigos, até a próxima.

Missionário Olmes Milani, das Arábias para a Rádio Vaticano.








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