Bispos vietnamitas deploram novas regras sobre fé e religião


Hanói (RV) – Os projetos de lei do governo vietnamita sobre “Fé e religião” violam “o direito à liberdade de religião”, vão contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição da República Socialista do Vietnã, o que demonstra que o objetivo do Governo é “interferir profundamente com os assuntos religiosos”, dando continuidade a uma política que favorece a corrupção e permite abusos das autoridades locais.

Esta é a resposta de alguns bispos vietnamitas ao pedido do governo para que a Igreja local se pronunciasse sobre as novas regras propostas pelo Comitê para os Assuntos Religiosos. O breve tempo concedido para a resposta foi considerado como uma “manobra”, fazendo parecer que as coisas são feitas de “maneira democrática”.

No documento da Diocese de Kontum, assinado pelo Bispo Hoang Duc Oanh e pelo Emérito Tran Thanh Chung, é destacada a violação da Declaração da ONU e da Constituição, e se reitera que os projetos de lei “vão contra a democratização do país”.

O Vigário Geral da Diocese de Bac Ninh, Dom Joseph Nguyen Duc Hieu, recorda por sua vez que a Constituição vietnamita afirma o direito à liberdade religiosa e ‘reconhece, respeita, protege e garante’ o direito dos cidadãos em atuar no campo político, econômico, cultural e social.

“Os atuais projetos de lei – denuncia o prelado – são contra o direito à liberdade de religião e de fé” e “apresentam muitas lacunas e limitações sobre o direito” à liberdade religiosa. Com o novo projeto – afirma -  “todas as organizações religiosas e suas personalidades,  ao invés de gozar dos direitos legítimos, são obrigadas a pedi-los para poder exercê-los quando quiserem organizar cerimônias, formação, coordenação, etc”.

“Estes – conclui o prelado – são os nossos comentários sinceros e sugestões. Desejamos que a lei sobre fé e a religião seja um documento legal para o progresso, para a felicidade das pessoas, e a maior de todas as felicidades é a liberdade de praticar o próprio credo religioso e viver a própria vida espiritual. Somente assim a sociedade é capaz de se desenvolver em modo constante e belo”. (JE)

 

 








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