Papa: Difundir a cultura da justiça e da paz


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (30/05), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de cinco mil membros da Comunidade de Vida Cristã - Liga Missionária Estudantil da Itália.

O encontro com o pontífice abriu o congresso nacional da entidade sobre o tema “Além dos muros” que tem início nesta quinta-feira, em Frascati, cidade localizada nos Castelos Romanos, e prossegue até 3 de maio próximo.

Um maior envolvimento da Europa no acolhimento aos imigrantes e um trabalho junto com os cristãos da Síria foram os projetos apresentados pela instituição, esta manhã, ao Papa Francisco.

O Santo Padre saudou os representantes da Comunidade de Vida Cristã da Itália e os expoentes de vários grupos de espiritualidade inaciana que seguem a tradição formativa dessa entidade e estão engajados na  evangelização e na promoção humana. O Papa saudou de modo particular os ex-alunos do Instituto “Massimo” de Roma e os representantes de outras escolas administradas pelos Jesuítas na Itália.

“Conheço bem essa associação, pois fui assistente nacional dela na Argentina, no final dos anos setenta. A comunidade aprofunda as suas raízes nas Congregações Marianas da primeira geração dos companheiros de Santo Inácio de Loyola. Trata-se de um longo percurso em que a associação se destacou no mundo pela sua vida espiritual intensa e pelo zelo apostólico de seus membros, antecipando os ditames do Concílio Vaticano II acerca do papel e do serviço dos fiéis leigos na Igreja”, destacou o Santo Padre em seu discurso.

O pontífice deu algumas indicações para o caminho espiritual e comunitário da Comunidade de Vida Cristã da Itália.
     
Em primeiro lugar, o compromisso em difundir a cultura da justiça e da paz. “Diante da cultura da ilegalidade, da corrupção e do confronto, vocês são chamados a se dedicarem ao bem comum também através do serviço às pessoas envolvidas na política”. “Essa é a forma”, como dizia o Beato Paulo VI, “mais elevada e exigente da caridade”. “Se os cristãos abandonassem seu compromisso com a política, trairiam a missão dos fiéis leigos, chamados a ser sal e luz no mundo através dessa forma de presença”, sublinhou ainda o Papa.

Como segunda prioridade apostólilca, Francisco indicou a pastoral familiar debatida no último Sínodo dos Bispos e encorajou os presentes a “ajudarem as comunidades diocesanas na atenção à família, célula vital da sociedade, e no acompanhamento dos noivos ao matrimônio”. “Vocês podem também acolher os que estão distantes: dentre eles estão muitas pessoas separadas que sofrem por causa da falência de seu projeto de vida conjugal e por outras situações de desconforto familiar que podem dificultar o caminho de fé e de vida na Igreja”, frisou.

A terceira indicação do Papa Francisco foi a missionariedade. O pontífice incentivou o organismo a encontrar os pobres do mundo e as comunidades que mais precisam de agentes pastorais. 

O Papa encorajou os membros da Comunidade de Vida Cristã - Liga Missionária Estudantil da Itália a manterem a capacidade de sair e caminhar em direção aos mais pobres. “A sua solidariedade para com eles confirme a sua vocação na construção de pontes de paz em todo lugar”, destacou Francisco.

“Vocês convidaram alguns membros de suas comunidades que estão presentes na Síria e Líbano: povos martirizados por guerras terríveis. Renovo a eles o meu afeto e a minha solidariedade. Essas populações estão vivendo a hora da cruz, portanto que elas sintam o seu amor, sua proximidade e o apoio de toda a Igreja”, frisou o Santo Padre.    

“O seu estilo de fraternidade que se traduz também em projetos de acolhimento de imigrantes na Sicília, os torne generosos na educação dos jovens, dentro da associação e no âmbito das escolas. Santo Inácio de Loyola entendeu que para renovar a sociedade era preciso começar pelos jovens e incentivou a abertura de colégios. Assim, nasceram as primeiras Congregações Marianas.”

“Na esteira luminosa e fecunda deste estilo apostólico, vocês animem as várias instituições educacionais, católicas e estatais, presentes na Itália, como já acontece em várias partes do mundo. Que na base de sua ação pastoral esteja sempre a alegria do testemunho do Evangelho, junto com a delicadeza e o respeito pelo outro”, concluiu o Papa Francisco. (MJ)

 

 

 








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