Vaticano: Documento sobre luta da Igreja contra tráfico humano


Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes e a Caritas Internacional apresentaram, nesta quarta-feira (29/04), em Roma, o documento intitulado “Compromisso cristão”, redigido junto com a rede ecumênica Coatnet.

O texto foi apresentado por esses organismos na sede da Caritas Internacional. A apresentação contou com a presença do Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Antonio Mario Vegliò, e do Secretário-Geral da Caritas Internacional, Michel Roy.

O tráfico de seres humanos é o ponto central da declaração. “A pessoa humana não deveria nunca ser vendida ou comprada como se fosse uma mercadoria.” Dessas palavras do Papa Francisco contra o tráfico humano nasce o desejo de um reforçado compromisso cristão “no combate dessa chaga vergonhosa, indigna de uma sociedade civil”, denunciou o Papa. 

Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as vítimas desse comércio são dois milhões e quatrocentos mil. O que acontece com esses pobres escravos modernos? Privados de sua dignidade, de seus direitos civis e da liberdade são obrigados, por meio de fraude ou coerção, ao trabalho forçado, à exploração sexual e à submissão por causa de dívidas e outras formas de servidão. Com isso a empresa criminosa do tráfico humano obtém lucros muito elevados, pelo menos 32 bilhões de dólares por ano. 

“A cultura da indiferença”, como a define o Papa Francisco, causa violêcia e abusos. “Ela não é suficientemente combatida pelas autoridades, pela opinião pública, pelos educadores e pela Igreja”, lê-se no documento.

O desafio requer sensibilizar as pessoas através dos meios de comunicação, mediante programas educacionais, com debates público e com a Igreja, congregações religiosas, organizações católicas e fiéis que têm a obrigação de se comprometerem, coordenando os esforços globais.

O que fazer concretamente? “O documento dirigido a conferências episcopais, Caritas, dioceses e paróquias pretende estimular intervenções eficazes contra o tráfico humano, usando também as boas práticas já em andamento no mundo”, disse o Cardeal Vegliò. 

A declaração dá algumas indicações concretas para prevenir e conscientizar os grupos em risco, por exemplo, pessoas em busca de trabalho fora de seu país ou imigrantes irregulares,  conscientizar professores e profissionais, como médicos, sacerdotes, enfermeiros, assistentes socials, funcionários de governo e o público em geral. 

Fornece indicações para ajudar as vítimas do tráfico, no plano material, mas também psicológico e espiritual; indicações sobre os aspectos jurídicos e políticas migratórias para tutelar os traficados e entregar à justiça os traficantes; indicações para formar redes local, nacional e internacional, cooperando dentro da Igreja Católica e fora dela com colaboradores ecumênicos, autoridades civis e organizações não governamentais. (MJ)

 

 








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