Igreja critica plano europeu para a 'emergência imigração'


Roma (RV) – Não agrada à Conferência Episcopal Italiana, CEI, o plano elaborado pela União Europeia para a emergência-imigração. Mons. Giancarlo Perego, Diretor da Fundação Migrantes, o definiu “absolutamente fraco, e de certa forma, vergonhoso”.  

“Mais uma vez – denuncia – a ideia é combater os traficantes e não tutelar as pessoas com canais humanitários. Não se fala de criar um plano social europeu para acolher refugiados e migrantes e nem de cooperação local”. 

Reação do SJR 

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR) também critica o plano. Em carta enviada ao primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, o organismo católico define “insuficientes e tardias” as 10 soluções propostas pela Comissão Europeia para a resolução da tragédia humanitária com imigrantes no Mediterrâneo.

Para o SJR, o foco da discussão continua demasiado centrado numa lógica de controle fronteiriço, menosprezando uma vez mais as questões humanitárias. “É necessário um plano concreto que dê prioridade ao salvamento de vidas e ao respeito adequado pela dignidade humana e pela justiça”, afirmam os responsáveis do serviço jesuíta em Portugal.

O Plano

As 10 medidas sugeridas pela Comissão Europeia incluem pontos como o reforço de operações conjuntas e a ampliação da área de patrulhamento no Mediterrâneo; a captura e destruição dos navios utilizados para o tráfico de pessoas e a agilização do tratamento dos processos de asilo.

O plano prevê também a criação de um programa de repatriamento rápido dos migrantes em situação irregular; a agilização dos trâmites dos processos de asilo; o estudo de um mecanismo de recolocação de emergência para emigrantes; e o lançamento de um “projeto-piloto” em que os países da União Europeia acolham voluntariamente refugiados que necessitem de proteção.

A resposta da Comissão

As propostas da Comissão Europeia surgiram na sequência da maior tragédia de sempre no Mar Mediterrâneo, envolvendo a morte de 850 imigrantes e refugiados que tinham partido da costa da Líbia, no Norte de África, em busca de uma porta de entrada na Europa.

Nos últimos dois anos, mais de 5 mil homens, mulheres e crianças já perderam a vida no Oceano, enquanto procuravam escapar de guerras, pobreza ou perseguição religiosa nos seus países de origem.

(CM)








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