Papa: "O cristão deve deplorar toda forma de antissemitismo"


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (20/04), no Vaticano, a delegação da Conferência dos Rabinos Europeus. Em seu discurso, o pontífice manifestou o pesar pela morte, no último domingo, do Rabino emérito da Sinagoga de Roma, Elio Toaff. “Na oração, estou próximo ao Rabino chefe, Riccardo di Segni, que deveria estar aqui conosco, e a toda a Comunidade Judaica de Roma, na recordação deste homem de paz e diálogo que acolheu o Papa João Paulo II na histórica visita ao Templo Maior”, frisou Francisco.

O pontífice disse ainda que “o diálogo entre a Igreja Católica e as Comunidades judaicas procedem há quase cinquenta anos, de maneira sistemática. Em 28 de outubro próximo, celebraremos o 50° aniversário da Declaração conciliar Nostra aetate, que até hoje é o ponto de referência de todo nosso esforço nessa direção. Com gratidão ao Senhor, repensamos a esses anos nos alegrando pelos progressos feitos e pela amizade que foi crescendo entre nós”.

Ameaça

O Papa Francisco frisou que “hoje, na Europa, é muito importante destacar a dimensão espiritual e religiosa da vida humana. Numa sociedade cada vez mais marcada pelo secularismo e ameaçada pelo ateísmo, corre-se o risco de viver como se Deus não existisse”. 

“O ser humano muitas vezes é tentado a se colocar no lugar de Deus, de considerar-se o critério de tudo, de pensar que pode  controlar todas as coisas, de sentir-se autorizado a usar tudo o que o circunda segundo o próprio arbítrio. É muito importante, ao invés, recordar que a nossa vida é dom de Deus, e que a Deus devemos nos entregar, Nele confiar e a Ele nos dirigir sempre. Judeus e cristãos têm o dom e a responsabilidade de contribuir para manter vivo o sentido religioso dos homens de hoje e de nossa sociedade, testemunhando a santidade de Deus e a da vida humana: Deus é santo, e santa e inviolável é a vida doada por Ele”, disse ainda Francisco em seu discurso.

Shoah

O Papa destacou que atualmente preocupam na Europa as tendências antissemitas e alguns atos de ódio e violência. “O cristão deve ser firme em deplorar toda forma de antissemitismo, manifestando ao povo judeu sua solidariedade”, frisou. O pontífice recordou que foi comemorado recentemente o 70° aniversário da libertação dos judeus do campo de concentração de Auschwitz, onde se perpetrou a grande tragédia da Shoah. “A memória do que aconteceu, no coração da Europa, serve como advertência para as gerações presentes e futuras. Também devem ser condenadas em todo lugar as manifestações de ódio e violência contra os cristãos e contra os fiéis de outras religiões”, disse ainda o Santo Padre.

Francisco concluiu seu discurso, agradecendo a delegação da Conferência dos Rabinos Europeus pela visita, ao Vaticano, considerada por ele muito significativa. “Desejo todo bem a todas as suas comunidades e garanto a minha proximidade e oração”, disse ainda o pontífice que pediu aos  rabinos para rezarem por ele. (MJ)








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