Papa nos impele a eliminar barreira dos pobres, diz Card. Maradiaga


Roma (RV) - “A ação social da Igreja não é somente filantropia, mas uma carícia de amor, a carícia de Deus aos pobres.” Foi o que disse esta quarta-feira, (15/04) o arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) e presidente da Caritas Internacional, Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, na sede da Ação Católica Italiana, na apresentação do livro “Pobres”, publicado pela Editora Ave.

O volume é o segundo de uma coleção que a casa editora quis dedicar às palavras do Papa Francisco. No ano passado publicou o volume “Misericórdia”, e agora estão em elaboração outros temas dedicados aos discursos do Santo Padre sobre a alegria, a família e o povo.

Trata-se de uma antologia das palavras que o Papa Francisco tem dedicado aos pobres, em seus discursos, no tuíte, na Evangeliii Gaudium, ocasiões em que evidenciou o vínculo inseparável entre a fé e os pobres.

Autor do prefácio do segundo volume da coleção, o Cardeal Maradiaga afirma que o “Papa Francisco nos impele a eliminar toda e qualquer barreira que se interponha entre nós e os pobres e a partilhar com eles não somente nossos bens materiais, mas também suas dores”. “Porque a pobreza é sim um tema social, mas originalmente é evangélico”, recordou o presidente da Caritas Internacional:

“É claro! Temos convicção disso, porque o Senhor Jesus Cristo – citando o profeta Isaias –, Ele mesmo nos deu o critério.”

Referindo-se sobre a importância deste tema em relação ao Jubileu extraordinário convocado pelo Pontífice dedicado à Misericórdia, o cardeal hondurenho acrescentou:

“São complementares: quem reflete sobre a misericórdia, quem quer receber misericórdia, não pode ignorar os pobres.”

O livro traz também as palavras com as quais o Pontífice havia atraído a atenção para os pobres quando era arcebispo de Buenos Aires, como recorda o diretor da revista jesuíta “La Civiltà Cattolica”, Pe. Antonio Spadaro:

“Há uma profunda continuidade de magistério entre o Bergoglio bispo e cardeal, mas diria, antes ainda, também jesuíta e, posteriormente, o seu Magistério como Pontífice: vemos isso na Evangelii Gaudium, na qual amadurece e porta a cumprimento pensamentos, palavras, ideias e visões amadurecidas também, por exemplo, na Conferência de Aparecida. Vemos então que este livro representa uma síntese breve – e, portanto, eficaz – da visão de Francisco, que porém jamais é uma visão ideal ou idealista, muito menos ideológica, mas sempre concreta e radicada na história. Para o Papa a palavra é fruto do gesto: não é uma palavra vazia, mas se encarna sempre em gestos e em ações e, portanto, é o fruto da ação. Essa coleção evidencia que as palavras do Papa Francisco são sempre encarnadas e que se não se toca a pobreza, não se pode falar sobre ela. Portanto, não é somente um livro de palavras, mas é um livro de ação, um livro de gestos que impele a serem vividos.” (RL)








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