Morre, aos 74 anos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano


Montevidéu (RV) - Faleceu na manhã desta segunda-feira numa clínica em Montevideo, aos 74 anos, o renomado escritor, jornalista e ensaísta uruguaio Eduardo Galeano: lutava contra um tumor nos pulmões.

Eduardo Germán María Hughes Galeano, autor, entre outros, de “As veias abertas da América Latina”, nascera em Montevideo em 3 de setembro de 1940. Na juventude, trabalhara como operário, desenhista, pintor, datilógrafo, caixa bancário; iniciara sua carreira jornalística como redator do seminário Marcha.

Após o golpe de 27 de junho de 1973, foi encarcerado e obrigado a deixar o Uruguai. Sua obra “veias abertas” foi censurada pelas ditaduras do Cone Sul. Tendo se transferido para a Argentina, em 1976 passou a fazer parte da lista dos condenados pelos esquadrões da morte do então ditador argentino Jorge Videla.

Em seguida, Galeano transferiu-se para a Espanha – onde escreveu a trilogia “Memórias do fogo” –, retornando depois para Montevidéu no início de 1985. Em outubro do mesmo ano fundara o semanário Brecha, com Mario Benedetti e Hugo Alfaro, jornalistas e escritores que já haviam feito parte da redação de “Marcha”.

Entre 1987 e 1989 fizera parte da Comissão nacional uruguaia pró-referendum para revocar a lei de anistia – a chamada Lei de Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado – promulgada em 1986 para impedir os processos contra os hierarcas da ditadura militar; uma lei que, todavia, jamais foi anulada.

“Mas sua biografia não termina com a morte – escreve o diário mexicano “La Jornada”, um dos jornais com os quais Galeano colaborava... Entre seu nascimento e sua morte há milhares de palavras, escritas em numerosos livros, pronunciadas em conferências, discursos, que alcançaram centenas de milhares de jovens e adultos, homens e mulheres insatisfeitos com os governos em todo o planeta, ditas em todas as entrevistas concedidas, repetidas em suas frases que circulam na Internet... em todos os sonhos que partilhou para fazer deste mundo um mundo menos pior.”

Em 1º de março passado Eduardo Galeano recebera em sua casa em Montevidéu o Presidente da Bolívia, Evo Morales, um esforço sem dúvida notável porque já de há muito seu estado de saúde se apresentava debilitado. (Misna/RL)








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