Vaticano na Cimeira das Américas. EUA e Cuba encontram-se

A Santa Sé está presente na VII Cimeira das  Américas, que começou nesta sexta-feira dia 10 de abril no Panamá. A delegação vaticana é liderada pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin que é portador de uma mensagem do Papa Francisco para os participantes nesta Cimeira.

Este acontecimento reúne 35 líderes do continente americano e os presidentes norte-americano e cubano, Barack Obama e Raúl Castro, vão encontrar-se à margem deste evento com o objetivo de dar continuidade à reconciliação entre os EUA e Cuba.

Recordemos que estes dois países anunciaram em dezembro de 2014 a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e económicas interrompidas desde 1961 logo após a chegada ao poder de Fidel Castro.

Barack Obama e Raul Castro em dezembro último foram unânimes em considerar muito importante o papel desenvolvido pelo Papa e pela Santa Sé na mediação desta aproximação diplomática entre Cuba e os EUA.

Recordemos as declarações prestadas pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin à Rádio Vaticano quando no final do ano passado foi conhecida a histórica decisão de reaproximar estes dois países:

“Gostaria de recordar todo o trabalho feito nestes anos, porque todo o tipo de decisões importantes, como esta, tem um trabalho árduo nos bastidores, feito de esforços, de paciência, de pequenos passos. Entre todos os que contribuíram para este histórico evento, destacamos o papel determinante do Papa Francisco, que enviou uma carta aos dois presidentes, americano e cubano, convidando-os a superar os obstáculos existentes  entre os seus países e chegar a um acordo. Tudo isto, certamente, é devido ao facto do Papa Francisco vir daquela região. Conhece a problemática e encontrou a maneira justa para favorecer a superação das distâncias e a aproximação das duas partes.”

“O empenho da Santa Sé é aquele que o Papa definiu no seu primeiro discurso ao Corpo Diplomático, depois da sua eleição. Ele recordava três pontos: a paz, que sempre foi uma característica fundamental da ação diplomática da Santa Sé; a luta contra a pobreza; e construir pontes. Neste caso, este construir pontes expressou-se numa facilitação do diálogo entre as duas partes para que pudessem encontrar-se e chegar a uma conclusão feliz”.

O Cardeal Parolin, que foi Núncio Apostólico na Venezuela, nas suas declarações em dezembro de 2014, afirmou ainda, acreditar que “um passo desta grandeza, certamente, terá reflexos positivos em toda a região latino-americana” e assumiu esperar que este ato de coragem destes dois países, EUA e Cuba, possa “inspirar outros líderes a trilharem o mesmo caminho do diálogo e do encontro.

Entretanto, a Conferência dos Bispos de Cuba anunciou, em comunicado, que o Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Beniamino Stella, visitará Cuba de 22 a 28 deste mês de abril, a convite dos Bispos da Ilha caribenha. (RS)