Via Sacra, o "Caminho Sagrado"


Cidade do Vaticano (RV) - Via Sacra significa "Caminho Sagrado". A Via-sacra é o caminho que se estende entre a Fortaleza Antonia e o Gólgota, ao longo do qual Jesus carregou a cruz. O exercício religioso, muito usual no tempo da Quaresma, teve origem na época das Cruzadas, por volta dos séculos XI e XIII. Os fiéis que percorriam os lugares sagrados da Paixão de Cristo na Terra Santa, quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém.

O número de estações ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI. O Papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos evangelistas. A nova configuração ainda não se tornou geral. O exercício da Via-sacra tem sido muito recomendado  e praticado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus.

Por Via-sacra entende-se um exercício de piedade segundo o qual os fiéis percorrem mentalmente com Cristo o caminho que O levou do Pretório de Pilatos até o monte Calvário; compreende quatorze estações ou etapas, cada qual apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo.

Desde de 1300, os franciscanos da Custódia da Terra Santa, todas as sextas-feiras à tarde, conduzem uma piedosa procissão rezando a Via-sacra, para acompanhar os passos de Jesus a caminho da execução no calvário.

Nesta sexta-feira também o Papa Francisco, junto com os fiéis de todas as partes do mundo, se reunirão no Coliseu de Roma para meditar a paixão e morte de Cristo.

Foi a primeira homilia do Papa Francisco – aquela referência à figura de S. José protetor de Maria e de Jesus – o tema inspirador dos textos para a Via Sacra no Coliseu, desta sexta-feira Santa,  este ano confiada pelo Pontífice a Dom Renato Corti, bispo emérito de Novara. Falando à Rádio Vaticano o bispo explicou: “a palavra que atravessa todas as meditações é custódia, guardar. Recordei-me de modo particular daquela passagem na qual o Papa, apenas eleito dizia que a cruz é o vértice luminoso do amor de Deus que nos protege. Portanto parece-me que também nós somos chamados a ser protetores por amor para com o homem”.

“Recorrí àquilo que São Paulo diz a propósito do amor de Deus e das suas dimensões”,, diz Dom Corti. “daí deduzi o termo “custódia, referindo-o a diversas realidades: a Palavra de Deus, a Eucaristia, o perdão”.

Um pensamento particular o bispo emérito exprime no que concerne à família, inserindo uma oração aos trabalhos do Sínodo para que sejam acompanhados pela misericórdia e pela verdade.

Procurei lançar input úteis para a vida eclesial – disse  - e recordei também algum fato grave que se passa na nossa sociedade contemporânea e que vai na direção oposta àquela do guardar: o mal cometido aos jovens, o abandono dos pobres, o esquecimento dos pilares da paz já evocados por João XXIII (a verdade, a justiça, a liberdade, o amor). Fala também de temas quentes que preocupam o mundo: da pena de  morte que deve ser abolida; da tortura que deve ser cancelada; da desumanidade para com os inocentes e de gente barbaramente assassinada;  do tráfico de pessoas. Mas fala também positivamente, das belíssimas experiências de quem leva a esperança: por exemplo as missionarias que resgatam as crianças-soldado e as reconduzem à sua dignidade”. (SP)

 








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