Nairóbi (RV) - Atiradores mascarados ligados à milícia radical Al Shabaab, originária da Somália, invadiram a Universidade de Garissa, no nordeste do Quênia, quinta-feira, 2, e atacaram estudantes cristãos, deixando ao menos 147 mortos e outras 79 feridas, informou o Centro de Operação Nacional de Desastres do Quênia.
Depois de matar dois policiais que estavam de vigia, os terroristas invadiram a universidade e atacaram os alunos nos dormitórios.
Os atiradores invadiram os dormitórios perguntando às pessoas se eram cristãs ou muçulmanas. "Quem fosse cristão era baleado ali mesmo", disse Collins Wetangula, vice-presidente do diretório estudantil da universidade. "A cada tiro que ouvia, eu pensava que iria morrer". Ele foi resgatado com outros estudantes por agentes de segurança.
Segundo a polícia, o cerco ao local terminou com a morte dos quatro autores do ataque.
Informações oficiais apontam que 312 pessoas morreram em ataques da Al Shabaab no Quênia entre 2012 e 2014. A Al Shabaab é ligada à Al Qaeda e luta para instaurar um califado na região. A milícia foi incluída em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo dos EUA.
A facção é considerada também responsável pelo ataque ao Shopping Center Westgate,
que deixou ao menos 67 mortos em Nairóbi em 2013.
O governo queniano ofereceu uma recompensa equivalente a quase R$ 700 mil por Mohamed
Mohamud, que estaria por trás do ataque. A polícia decretou toque de recolher durante
a noite em alguns locais temendo novos atentados. O porta-voz do Secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, disse que ele condenou o ataque e reiterou o apoio aos países
da região no esforço para prevenir e conter o terrorismo.
Assim como o Estado Islâmico, o Al-Shabaab também recruta jovens de países vizinhos, europeus e Estados Unidos. O Conselho de Segurança da ONU estima que 25 mil jovens de, no mínimo, 100 países já se uniram aos extremistas islâmicos.
(CM)
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