Bispo sul-sudanês aponta inexperiência e corrupção como causa de conflito no país


Juba (RV) - O perdurar-se do conflito civil no Sudão do Sul tem subjacente a inexperiência e a corrupção por parte da liderança que governa o país: essa é a convicção do bispo da Diocese de Wau, Dom Rudolf Deng Majak, que convida a lançar o olhar “para além do componente étnico” para compreender os motivos originários da crise no mais jovem Estado africano.

Numa entrevista à agência de notícias pan-africana Canaa, o prelado declara que “as acusações de guerra sectária, que se leem em parte consistente da imprensa, não somente são erradas, mas simplistas e até mesmo ofensivas para quem é oriundo daquelas regiões”.

O bispo explica ser de etnia Dinka – a principal etnia no Sudão do Sul – e originário de um vilarejo pouco distante de zonas habitadas por Nuer, a segunda etnia do país. “Comumente as crianças Dinka e Nuer brincam e se misturam entre elas, as pessoas se casam entre as duas etnias, não se pode reduzir tudo a ‘conflitos tribais’. É simplista.”

O bispo acusa a grande inexperiência da liderança política sul-sudanesa. “Pela primeira vez na história – observa – o povo sul-sudanês tem um governo próprio e um Estado soberano. Mas muitas comunidades se sentem ainda pertencer à própria aldeia, aos próprios clãs e tribos. Ainda deve ser construído um sentimento nacional.” (RL)








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