Os agricultores da República Centro-Africana têm urgente necessidade de sementes e ferramentas para a próxima temporada de plantio, no mês de abril, para evitar uma ulterior deterioração das condições de vida no país atormentado por anos de guerra, disse a FAO nesta segunda-feira 23 de março.
Cerca de 1milhão e meio de pessoas sofrem de insegurança alimentar, e este número está destinado a aumentar se não chegarem apoios imediatos. A vasta escassez de alimentos em todo o país poderia piorar, os movimentos da população poderiam resultar num aumento da tensão, o regresso dos deslocadas e refugiados às suas aldeias poderia ser adiado e o custo total da resposta de emergência poderia aumentar.
"A implementação das actividades de apoio à agricultura é a chave para contribuir para a redução das tensões políticas, cuja causa principal é a pobreza extrema. A agricultura continua a ser a mais importante fonte de rendimento para a maior parte da população", disse Jean-Alexandre Scaglia, representante da FAO na República Centro-Africana. "Garantir as sementeiras para a próxima temporada, juntamente com actividades a longo prazo é uma oportunidade para contribuir nos esforços de paz, que não se deve perder”.
A produção agrícola total ainda é cerca de 60% abaixo da média do tempo antes do conflito, e além disso, espera-se que o período de escassez de alimentos deste ano inicie quatro meses antes do habitual.
A FAO e os seus parceiros do Food Security Cluster (a plataforma conjunta FAO / PAM para a segurança alimentar) identificaram 150.000 famílias - agricultores, repatriados e as famílias anfitriãs - que ainda não receberam apoio e necessitam de assistência imediata.
A FAO já obteve financiamentos para apoiar 86.400 famílias, mas precisa de um suplemento
de 6,2 milh0245es de dólares para apoiar os restantes 63.600 famílias para a próxima
temporada de sementeiras, que começa em abril. Cada família receberá factores de produção
agrícola absolutamente necessários, tais como sementes e alfaias agrícolas para cultivar
0,5 hectares de terra. Isto cobrirá as necessidades alimentares até cinco meses,
reduzirá a dependência à assistência humanitária e estabilizará o seu rendimento.
Graças aos financiamento recebidos em 2014, a FAO e os seus parceiros deram assistência a mais de 140 mil famílias e conseguiram conter a grave crise alimentar no país.
A campanha agrícola 2015 foi programada no quadro do Food Security Cluster. A distribuição de factores de produção agrícola da FAO é realizada em estreita colaboração com o Ministério de Desenvolvimento Rural, com as ONG parceiras, e também com o Programa alimentar mundial para a distribuição de rações alimentares para evitar que, com a falta de alimento, se consumam as sementes. O Food Security Cluster, liderado pela FAO e PAM, reúne cerca de 70 organizações que trabalham em conjunto para a segurança alimentar, para a gestão das informações, para a coordenação das intervenções e a identificação das prioridades.
Em 2015 a FAO está implementando na República Centro-Africana um programa de 42 milhões de dólares, para responder às necessidades imediatas da população, para reforçar a capacidade de recuperação de 90 mil famílias rurais por meio de uma abordagem integrada, centrada nas comunidades. (BS)
All the contents on this site are copyrighted ©. |