Santa Sé condena recrutamento de crianças no Oriente Médio


Genebra (RV) – O Observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Dom Silvano Tomasi, discursou na manhã desta terça-feira (17/03) durante a 28ª Sessão do Conselho dos Direitos Humanos. A plenária do Palácio das Nações foi aberta para as considerações dos países sobre após a apresentação do relatório da Comissão Internacional Independente de Investigação na República Árabe da Síria.

As investigações apontaram que, desde o início da guerra na Síria, 4 anos atrás, cerca de 10 milhões de pessoas estão deslocadas no país. Destes, cerca de 3 milhões – principalmente mulheres e crianças – são hoje refugiados nos países vizinhos.

Crianças-soldado

Dom Tomasi citou as fontes que revelam como as crianças sofrem as brutais consequências do conflito, sendo recrutadas, treinadas e usadas em combate, até mesmo como escudos humanos em ataques militares.

“O auto proclamado Estado Islâmico (EI) piorou ainda mais esta situação treinando e usando crianças como kamikazes, matando crianças de outras religiões e etnias, vendendo crianças como escravas, executando grandes números de meninos e outras atrocidades”, denunciou o arcebispo.

Apólides

Hoje, no mundo, são 10 milhões de crianças apólides, que não tem uma nacionalidade. A ONU aponta que ao menos 30 mil crianças fugidas da Síria hoje estão no limbo daquelas sem cidadania. Destas, 3,5 mil não têm família ou identidade. “São crianças-fantasma”, destacou Dom Tomasi, ao exortar a comunidade internacional que ao “simplificar os mecanismos e exigências para o registro” é um passo para resolver a chaga das crianças apólides.

Educação

Ao terem uma identidade, estas crianças precisam de educação, aponta o Observador da Santa Sé, ao destacar que o relatório apontou que ao menos 5 mil escolas foram destruídas na Síria, onde mais de 1,5 milhão de estudantes não tem mais acesso aos estudos. “O EI ainda fechou uma grande quantidade de escolas em regiões por ele controlada”, recordou ainda Dom Tomasi ao advertir que “a comunidade internacional, como um todo, parece ter menosprezado a extensão da crise na Síria”. (RB)








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