Cardeal Braz de Aviz: a misericórdia e os Papas


Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde da última sexta-feira o Papa Francisco anunciou ao mundo um Jubileu extraordinário, um Ano Santo da Misericórdia. O anúncio foi acolhido com o aplauso dos presentes na Basílica de São Pedro.

“Decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos como o vosso Pai” (cfr Lc 6,36). Este Ano Santo – explicou o Papa – terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo e rosto vivo da misericórdia do Pai.”

Sobre o tema da misericórdia e os Papas, Cristiane Murray conversou com o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

“Nós já vimos nos Papas esta perspectiva desta misericórdia. Nós sentimos em todos eles como marcaram esta perspectiva da misericórdia de Deus que é típica da Bíblia. Mas com o Papa Francisco, vemos que no momento em que ele nos recorda que Deus é assim, que Deus age assim, ele nos ajuda a agir assim também. Ele nos ajuda a viver assim também. Citamos só um exemplo: agora em Roma estamos trabalhando em sima disto: tantas pessoas trabalham com a população de rua, há muita gente nas ruas aqui em Roma, sem nada. Francisco lança o sentido da miserricórdia, mas ele diz ‘É preciso encontrar em Roma conventos, mosteiros disponíveis, que não devem ser vendidos para ganhar dinheiro, mas devem ser doados ou alugados  justamente para que se possa acolher a população de rua’. Então neste sentido, o apelo vem com uma proposta concreta, nós estamos começando a por em pé esta proposta para chegar a ter o mosteiro, o convento, e poder trabalhar juntos para acolher os moradores de rua.

Outro exemplo que podemos dar: ele nos ajuda, por exemplo, a fazer mais a comunhão de tudo. Ele pede que sejamos mais irmãos, etc. No retiro de Ariccia, através do pregador, ele nos fez um apelo justamente para agir segundo o ensinamento da Igreja que é o da comunhão também da parte que nós possuimos. O pregador nos dizia, naturalmente em nome do Papa, já que foi ele que o escolheu, ‘É preciso que vocês vão em suas contas, que peguem dinheiro de lá e passem o que quiserem para a parte das esmolas do Papa, para que o Papa possa levar este dinheiro às pessoas. Eu já fui ao Vaticano e pus um pouco do meu dinheiro lá, viu? (risos). Este foi um apelo concreto, isto é, este ‘fazer acontecer’ é bonito no Santo Padre. Ele o faz com uma leveza que a gente se convence e faz com que queiramos nos converter também”. 

 

(SP/CM)








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