"A opção preferencial pelos pobres e excluídos" no Documento de Aparecida


Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”. Em nossa última edição tratamos do significado e alcance, para a Igreja na América Latina, de ter dado a toda a Igreja um Papa filho desta terra, o que para ela, ao mesmo tempo, representa também uma grande responsabilidade, vez que a Igreja latino-americana, com a sua história nesta terra fecundada pelo sangue de tantos mártires, e com o seu jeito de ser, tem muito a dar à Igreja no mundo inteiro.

Um dos pontos que, sem dúvida, tem caracterizado o Magistério do Papa Francisco, é sua atenção pelos pobres e excluídos, por aquelas realidades de periferias geográficas e existenciais – como costuma chamar.

Antes mesmo da celebração de início solene de seu Pontificado, Francisco pediu uma Igreja pobre e para os pobres, e insiste sempre que esta Igreja em saída esteja com os pobres, no meio deles.

Em sua visita às Filipinas, pediu justiça social e resgate dos pobres, e encontrando os bispos do país asiático afirmou que o Evangelho sem os pobres é incompleto, lembrou que os pobres estão no centro do Evangelho, no coração deste, e que se os pobres são retirados do Evangelho, não é possível entender plenamente a mensagem de Cristo.

A centralidade dos pobres no Evangelho e, consequentemente, na missão evangelizadora da Igreja, reporta-nos naturalmente ao tema da opção preferencial pelos pobres.

A esse propósito, antes de prosseguirmos trazendo a experiência da Missão Continental na realidade eclesial de nossas dioceses espalhadas pelo Brasil, vamos ver o que o Documento de Aparecida – cuja redação foi presidida pelo então arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Bergoglio – nos diz sobre a opção preferencial pelo pobres: Veremos o números 392, 394 e 396:

392. Nossa fé proclama que “Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem”. Por isso, “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza”. Esta opção nasce de nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem, que se fez nosso irmão (cf. Hb 2,11-12). Ela, no entanto, não é exclusiva, nem excludente.

394. De nossa fé em Cristo nasce também a solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço. Ela há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente acompanhamento em seus esforços por serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação. O serviço de caridade da Igreja entre os pobres “é um campo de atividade que caracteriza de maneira decisiva a vida cristã, o estilo eclesial e a programação pastoral”.

396. Comprometemo-nos a trabalhar para que a nossa Igreja Latino-americana e Caribenha continue sendo, com maior afinco, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. Hoje queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas Conferências anteriores. Que sendo preferencial implique que deva atravessar todas nossas estruturas e prioridades pastorais. A Igreja Latino-americana é chamada a ser sacramento de amor, de solidariedade e de justiça entre nossos povos.

Amigo ouvinte, por hoje é só. Semana que vem tem mais, se Deus quiser. (RL)








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