Capacidade de fazer escolhas definitivas é o mais alto grau da liberdade humana, diz Cardeal Koch


Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade entre os Cristão, Cardeal Kurt Koch, pronunciou-se no último dia 7 de fevereiro, por ocasião da 10ª edição do Prêmio Internacional “Tu es Petrus”. O purpado falou sobre o tema da família.

Inicialmente, o Cardeal Koch sublinha que a família representa sempre mais um desafio fundamental para a Igreja. Tal desafio se articula segundo três conceitos: o primeiro diz respeito à santidade do matrimônio e da família, assim como afirmado pelo Concílio. Fundada na visão bíblica da Criação de Deus, que estabeleceu a diferença de sexo no ser humano, tal santidade implica que a instituição da família, célula basilar da sociedade humana, se baseia no matrimônio entre homem e mulher. Tudo isto permanece sempre válido, não obstante o contexto atual tenda a diminuir o valor da família no debate público social, a não reconhecer a identidade e os direitos e a equipará-la juridicamente a outras formas de convivência.

O segundo conceito refere-se à dificuldade do homem contemporâneo de tomar decisões vinculantes e definitivas, devido à predominância de uma “cultura do provisório” que leva a prever, já de partida, a eventualidade de um fracasso. Nesta ótica, o ser humano é somente uma etapa na história da evolução e não contribui mais à estabilidade do mundo. E é neste contexto, portanto, que o Cardeal Koch detém-se sobre o desafio pastoral dos cristãos divorciados e recasados, em particular, sobre sua admissão aos Sacramentos. Uma resposta teológica satisfatória ainda não existe – sublinha o Cardeal Koch. Todavia, é essencial considerar os problemas que estão na base de tais desafios, ou mesmo a falta de fé no matrimônio sacramental. Hoje – observa o purpurado – existem sempre mais “pagãos batizados”, isto é, pessoas que se tornaram cristãs com o Batismo, mas que não conhecem verdadeiramente a fé, e assim, o valor sacramental do matrimônio. É necessário, então, renovar a pastoral matrimonial, fazendo sim que ela não seja somente uma “pastoral do casamento” ligada à simples celebração do matrimônio, mas se torne um percurso de acompanhamento antes, durante e após o matrimônio. É sinal de grande responsabilidade pastoral, de fato, entender como  assistir os matrimônios a perigo.

O terceiro conceito salientado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade entre os Cristão, diz respeito à fecundidade do matrimônio. Na visão cristã, de fato, o amor entre homem e mulher é inseparável da transmissão da vida. Deste modo, o futuro da humanidade passa fundamentalmente pela família. Hoje, porém, as pessoas não querem colocar filhos no mundo, pois estão preocupadas com um futuro percebido como desconhecido ou incerto. A missão dos cristãos, portanto, é a de lançar um sinal profético, contrário à diminuição dos nascimentos, olhando ao ministério da vida de modo novo, ou mesmo reconhecendo que o único capital confiável para o futuro é o homem próprio”.

Por outro lado, conclui o Cardeal Kurt Koch, “a mais alta possibilidade da liberdade humana consiste na capacidade de realizar escolhas definitivas”. Assim, será “livre somente aquele que souber ser também fiel e poderá ser realmente fiel, somente aquele que for livre”. (JE)

 








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